Desde a Idade Antiga, a sociedade é desafiada pelo problema que envolve as crianças em situação de rua. Nos dias atuais, apesar dos avanços implementados pelo Governo, tais como o Projeto Acolher e a Assistência Social Itinerante (ASI), o desafio, devido à negligência e compactuação da sociedade e à falta de atitude do Governo, urge por soluções imediatas. Em uma primeira análise, sob a ótica sociológica, a persistência da problemática no Brasil é intrinsecamente fomentada pela negligência e a compactuação da sociedade que se omite diante de situações de pais que exploram o trabalho dos filhos e os abandonam nas ruas, quando deveriam estar na escola . Nesse sentido, em um estudo publicado pela Folha de São Paulo, foi divulgado que o aumento dos casos de crianças abandonadas nas ruas, constrói-se historicamente na formação social do Brasil como traço revelador do passado cultural nacional. Desse modo, a sociedade torna-se a principal vítima de suas próprias contradições, omissões e condutas. Ademais, em um segundo plano, a falta de atitude do Governo possui estreita relação com o aumento dos casos de meninos e meninas largados nas ruas. Isso porque a falta de investimentos, em projetos de educação profissionalizante em tempo integral gera uma sensação de abandono, culminando, assim, na elevação dos casos de desrespeito aos direitos das crianças existentes nas diversas regiões do Brasil . Esse processo decorre da necessidade que o povo sente de ser protegido por seus governantes. Nesse contexto, o filósofo Pitágoras afirma que se as crianças forem educadas, não será necessário castigar os homens. Dessa maneira, a imprescindibilidade de superação do abandono infantil configura-se como um importante desafio da pós-modernidade. A negligência da sociedade, em paralelo à falta de atitude do Governo, portanto, são condições diretas para que o grave caso de crianças abandonadas nas ruas ocorra no Brasil. A fim de que haja a imprescindível superação desse panorama, faz-se necessário que o Governo, por meio dos órgãos de educação, implemente núcleos de debates e divulgação sobre o abandono infantil. Nesse aspecto, deve-se criar escolas com ensino integral para receber e orientar a formação dessas crianças, permitindo, assim, uma ação eficaz no tratamento da problemática. Além disso, a mídia, consciente de seu papel social, deve buscar a maior informatividade e construção de postura crítica da população, ao divulgar projetos que incentivem o respeito ao direito de ser criança e viver de forma digna de cada cidadão. Agindo assim, a construção de uma sociedade em que a paz seja um valor substancial será uma realidade empírica, não um ideal ou uma utopia.