De acordo com Milton Santos, o Brasil se encontra em um contexto técnico-científico-informacional, isto é, um país cada vez mais conectado. Entretanto, com tantas conexões, o Brasil se omite na atual situação dos moradores de rua, sobretudo, com o futuro do país, as crianças. Assim, no limiar do século XXI, as situações de rua dos pequenos brasileiros é um desafio à sociedade. Em primeiro plano, é necessário compreender que a infância está intimamente ligada com o processo de desenvolvimento psicológico e social. A partir dessa perspectiva, o reflexo do atual cenário desprovido de amparo político aos jovens residentes de rua serão apresentados a curto, médio e longo prazo. Logo, a formação dos indivíduos que estão nessa situação vulnerável será desprovida de alicerces para que haja reintegração social. Além disso, de maneira análoga, Manuel Bandeira denuncia essa mazela em sua poesia "O Bicho" com o retrato de ver um ser humano catando detritos para poder se alimentar. A ilustração que essa arte promove dimensiona a importância de acolher os mais de 21 mil crianças e adolescentes, segundo a Campanha Nacional Criança Não é Rua. Nesse sentido, é imprescindível que haja uma cooperação entre a esfera governamental e os cidadãos. Depreende-se, portanto, a necessidade de promover mudanças. Primordialmente, o Governo Federal deve criar um programa assistencialista que abarque os governos municipais dispondo de verba para o desenvolvimento de moradias públicas com suporte para que os moradores possam ir a escola e tenham acesso à alimentação e à saúde como previsto na Carta Magna de 1988.