A realidade observada nas ruas brasileiras torna-se gradativamente aterrorizante. Milhares de crianças buscam abrigos nas ruas, em uma tentativa de escapar das situações traumatizantes nas quais se encontram. Contudo, as ruas somente oferecem insegurança e medo para elas que, cansadas e amedrontadas, clamam por auxílio diante de uma sociedade repleta de descaso e repreensão. Não é incomum averiguar diversas notícias expondo as condições desumanas nas quais os jovens moradores de rua estão inseridos. Ao almejar um escape das circunstâncias que vivenciavam, como problemas familiares, drogas, pobreza ou guerras, elas realizam uma abertura para um mundo solitário e perigoso. Assim, moradores de rua são mergulhados em um ambiente inóspito, onde incontáveis atrocidades são cometidas, tendo como exemplos, os homicídios, abusos sexuais, violência física e verbal e discriminação social. Nesse sentido, há uma intensa ponderação do porquê de crianças coexistirem em condições deploráveis quando existem leis que deveriam assegurar seu direto à educação e qualidade de vida. Além da falha governamental em garantir tais direitos, a população também se depara com o lapso presente na comunidade, que se prende em conceitos lapidados de modo arcaico e preconceituoso. Não obstante, é importante ressaltar que o preconceito se apresenta em diversas vertentes, onde é possível citar a aparição dele no CNA (Cadastro Nacional de Adoção), em que grande parte dos indivíduos se disponibilizam a adotar somente crianças mais jovens e de pele branca. Logo, percebe-se que os jovens não convivem apenas com péssimas condições de vida, bem como têm que encarar estigmas discriminantes e abomináveis. Deste modo, é de suma primordialidade a luta pelos direitos dos jovens que moram na rua. Pois, conforme Martin Luther King afirma: “O ser humano é aquilo que a educação faz dele.”. Portanto, deve-se assegurar, através de ações governamentais pautadas no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e no Ministério da Educação, a melhor formação desses indivíduos através do fornecimento de oportunidades educacionais, de moradia e reintegração social. Assim, haverá a formação de uma sociedade justa e acolhedora, cuja harmonia e igualdade de direitos poderão resplandecer sobre todos os seus membros.