Título da redação:

Quando a casa é a rua

Tema de redação: Crianças em situação de rua e soluções para o problema

Redação enviada em 27/02/2018

Brincar de bola enquanto vende balas nas ruas movimentadas de Belo Horizonte é a dura realidade de Samuel e de milhares outras crianças de rua. Tal problemática é marcante em diversos cenários das cidades brasileiras, todas repletas de crianças abandonadas â mercê da sorte. Nesse sentido, a fim de solucionar a emblemática é necessário ações tanto na esfera pública quanto social. Em uma primeira abordagem, é importante ressaltar os embases do Poder Público entre as principais causas a ser solucionada. Isso se dá, principalmente, uma vez que o estado abstrai da população de crianças das ruas, já que ações governamentais não tenham modificado esse quadro. Contudo, embora a Constituição Federal de 1988 garanta o direito de moradia e dignidade humana, a realidade permanece oposta dos direitos, com vários casos noticiados nos meios midiáticos de crianças abandonadas nas ruas. Para se ter uma ideia dessa questão, segundo dados do Censo Nacional de Crianças e Adolescentes em Situação de Rua mostra uma quantidade de 23 mil crianças vivendo nas vias públicas. Em decorrência desse contexto, o descaso do Poder Público colabora para que essas crianças tenham sua cidadania e sua infância excluída. Em uma segunda abordagem, é relevante enfatizar que a adoção possui seu papel importantíssimo na conjuntura da solução do problema. Tal ação colaboraria que a quantidade de crianças nas ruas fosse amenizada. No entanto, o que é apresentado é o preconceito na adoção dessas crianças, seja pela sua etnia, seja pela sua idade, segundo dados do Cadastro Nacional de adoção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a maioria dos pais adotivos procuram um padrão de crianças e rejeitam essas que mais precisam de adoção. Exemplo desse molde tornou-se tônica no recente caso de adoção pelo ator Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank por adotarem uma criança negra, diante disso, receberem diversos comentários preconceituosos e racistas. Com isso, é necessário que a sociedade desfaça sua discriminação com as crianças mais carentes que sofrem pela imposição de um padrão fenotípico. Fica claro, portanto, que a situação das crianças de ruas no Brasil se assemelha com a do século 19 nos EUA, período que diversas dessas eram abandonadas nas metrópoles, sendo necessárias ações da esfera pública e social para mudar esse caso. Assim, com a finalidade de solucionar a problemática, o Ministério dos Direitos Humanos em parceria com os conselhos tutelares estaduais, deve por meio de um planejamento nacional de fiscalização, direcionar as crianças abandonadas para abrigos municipais, a fim de resguardar os direitos dessas crianças e o acesso a educação básica. Soma-se ainda a criação de um disque denúncia para facilitar a identificação dessas pelas ruas. Além disso, o Ministério da Educação junto com as escolas deve, por intermédio de palestras e peças teatrais, apresentar a temática do preconceito com a criança de outra etnia, incentivando os jovens a trabalharem essa questão com a intenção de gerar uma nação menos preconceituosa e solidaria. Assim, sendo tomadas as medidas necessárias, Samuel e outras milhares de crianças poderão chamar de lar um lugar que tenha segurança e acolhimento.