Título da redação:

Menores Invisíveis

Tema de redação: Crianças em situação de rua e soluções para o problema

Redação enviada em 09/02/2018

“O ornamento da vida está na forma como um país trata suas crianças.” A frase é do sociólogo Gilberto Freyre e demonstra o quão delicado são as questões referentes a infância. Entretanto, o Brasil parece não ter reconhecido essa importância, uma vez que a ineficiência dos mecanismos de proteção, aliado ao conservadorismo da sociedade corroboram para o grande fluxo de crianças abandonadas nas ruas, sendo essencial erradicar essas questões. Ainda que haja o Estatuto da Criança e do Adolescente, é notório que seus direitos ainda são desrespeitados. Prova disso está nos inúmeros indivíduos com menos de 10 anos que estão nas ruas de grandes cidades, sem moradia, alimentação e acesso a educação. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada mais de 50.000 crianças vivem nessas condições atualmente. Como se não bastasse a exclusão social, muitos são vítimas de violência, bem como assassinatos e estupros, no qual, na maioria das vezes, o infrator não é punido, e a ação não chega nem a ser reconhecida pelos órgãos judicias, o que intensifica a problemática. Outrossim, fatores herdados de um passado patriarcal, conservador e preconceituoso impedem a diminuição crianças moradoras de rua. Isso porque, ainda existem famílias que não aceitam filhos com problemas – tais como doenças mentais - e acabam abandonando-os nas dependências das cidades. Consequentemente as estatísticas só aumentam, enquanto o número de pessoas interessados em adoção diminui, uma vez que muitos procuram o filho ideal com características pré-definidas, sendo diferente do perfil disponível. Fica clara, portanto, a necessidade de reverter a dura realidade daqueles que um dia poderão mudar o futuro da nação. Para isso, é preciso que o Ministério da Justiça invista no cumprimento de todas leis e artigos responsáveis pelos direitos das crianças, através de maior fiscalização no cumprimento das próprias. Em consonância, a Receita Federal deve investir certa parcela dos impostos arrecadados para criação de abrigos, a fim de minimizar o número de menores. Além disso, o Ministério da Educação deve promover campanhas educacionais incentivando o rompimento dos padrões ideais, através de posts, palestras e divulgação nas redes sociais, aumentando assim os interessados em adotar os menores abandonados. Quem sabe assim o Brasil possa realmente estar cumprindo com a frase de Gilberto Freyre.