No início da Baixa Idade Média,a redução das guerras e das epidemias baixaram a taxa de mortalidade na Europa Ocidental e elevaram os índices demográficos.Na tentativa de reestabelecer o equilíbrio social,formaram-se várias expedições militares denominadas “Cruzadas”,nelas,eram deslocados os excedentes populacionais,principalmente mendigos,para o Oriente Próximo.Dessarte,é possível observar como os moradores de rua eram marginalizados no mundo medievo.Análogo a isso,a sociedade atual ainda exclui e marginaliza crianças em situação de rua.Portanto,medidas para solucionar essa problemática fazem-se necessárias. É sabido que,segundo o sociólogo polonês Zigmunt Bauman,o mundo vive a “Era da Modernidade Líquida”,em que as relações entre sujeitos e instituições sociais são muito voláteis.Assim,pode-se explicar um dos principais fatores para crianças abandonarem suas casas e irem para as ruas:a desestruturação familiar.Muitas deixam as próprias casas fugindo da violência física,abusos e de pais incapacitados para tal função e vão em busca de um lugar melhor.Contudo,o que encontram são fome,medo,mais abusos e violência.Além disso,a maior parte das crianças que vão para as ruas acabam adquirindo vício em drogas.Esse,segundo pesquisa da Universidade de Cambridge,na Grã-Bretanha,está associada a uma infância traumática na qual gera,na criança,impulsividade ou compulsão,fatores de risco para a dependência química.Desse modo,fica evidente que a má relação com os familiares colabora para o aumento de crianças nas ruas do Brasil. Outrossim,o Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA) assegura,a todos os brasileiros de até dezoito anos,todas as possibilidades de desenvolvimento.Todavia,na maior parte das vezes,esses direitos não são garantidos às crianças em situação de rua,haja vista a invisibilidade e marginalização dessa minoria.Por conseguinte,há uma ineficácia em qualquer ação afirmativa voltada para a recuperação dessas crianças das ruas.Dessa maneira,é possível observar que o tratamento discriminatório dado a essa parcela populacional dificulta a erradicação do problema. O número de crianças em situação de rua,portanto,ainda é uma realidade brasileira,pois há uma marginalização dessas crianças,além de o Estado agir de forma lenta.Porém,em que pese o impasse,há solução.Para isso,é mister que o Governo do Estado promova o mapeamento do problema,por meio de pesquisas,a fim de propor melhorias e implementar políticas públicas voltadas a essa minoria.Ademais,é fundamental que o Ministério da Saúde,em conjunto com o Conselho Tutelar de cada estado,providencie visitas às casas de crianças moradoras de rua para investigar o modo como elas são tratadas,oferecer tratamento psicológico aos pais e filhos e,também,punir os responsáveis acusados de maus-tratos e abusos conforme à lei e dar a essas crianças apoio para o seu pleno desenvolvimento em centros socioassistenciais.Dessa forma,a relação líquida entre pais e filhos voltará ao estado sólido e os laços familiares serão estabelecidos mitigando,assim,o empecilho no Brasil.