Criança é para ter escola; não é para pedir esmola; dormir em papelões; morando nas ruas. Esses versos tirados da canção Criança não é de rua, do cantor Tião, representam um dos maiores deficits sociais brasileiros: as crianças em situação de rua. Essas, na maioria dos casos, são fugitivas de lares violentos, vítimas da cegueira social, e estão privadas de seus direitos Constitucionais. Primordialmente, grande parte das crianças moradoras de rua tem a violência familiar como agente motivador para que fujam de seus lares e tornem-se sujeitas à vidas miseráveis. Legitimando essa informação, tem-se a pesquisa realizada pelo CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes), a qual indicou a violência como o principal motivador para as crianças que optam fugirem de casa e morarem nas ruas. Isso ocorre pois, uma vez que são sujeitas constantemente à agressões físicas e verbais, a vida nas ruas mostra-se como um ponto de fuga. Todavia, a partir do momento que tomam essas decisões, tornam-se vulneráveis e expostas a situações de miséria, diante da qual o trabalho precoce, como a venda de balas, passa a ser sua ferramenta de sobrevivência. Outrossim, enquanto em situação de rua, as crianças veem-se privadas de seus direitos constitucionais, fato que é impulsionado pela falha dos que são responsáveis em mantê-los. Para ratificar essa informação, é necessário ter em mente que a Constiução Federal Brasileira atribui a reponsabilidade pelo desenvolvimento saudável de crianças ao Estado, à sociedade e à família. Todavia, quando as famílias falham em cumprir esse dever e as crianças passam a viverem nas ruas, a sociedade e o Estados tornam-se cegos, e a falha dos três poderes, impedem que a criança possa exercer seus direitos, não tendo acesso à escola, sistemas de saúde, conviver e brincar com outras. Em síntese, a maior parte das crianças que estão em condições de rua, fogem de lares violentos, tornam-se sujeitas à miséria e são privadas de seus direitos constitucionais por conta da falha dos que deveriam garanti-los; . Diante de tal realidade, é necessário que o Estado combata as sequelas dessas falhas, o que deve ser feito através da criação de abrigos que resgatem crianças de ruas, fornecendo alimentação, educação pública de qualidade e a chance de voltarem a fazer parte da sociedade. Só assim, as crianças deixarão de serem invisíveis e exercerão seus direitos.