A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou em 1948 a Declaração Universal dos Direitos do Homem, trazendo para a sociedade a importância do debate acerca da liberdade, igualdade e direitos do ser humano. Desse modo, tem sido discutida, no Brasil, a necessidade de soluções para o problema das crianças em situação de rua. Nesse sentido, vale analisar aspectos relevantes a respeito desse assunto. Cabe pontuar, em primeiro plano, que muitas famílias vivem em condições de extrema pobreza, fato este que contribui para a situação de rua que afeta mais de 150 milhões de crianças no mundo, vide relatórios de especialistas das Nações Unidas. Nesse contexto, os infantes encontram nas ruas uma escapatória para problemas não só de ordem financeira, mas também familiar, uma vez que, devido à pobreza, muitas famílias se desestruturam. Concomitantemente, os adolescentes encontram nas ruas o preconceito arraigado da sociedade. Posto isso, a cultura brasileira ainda traz o estigma de que a criança em situação de rua é uma delinquente, confundindo pobreza e abandono com criminalidade. Dessa forma, é possível perceber a estereotipação dessa parcela social quando senhoras escondem suas bolsas ou demonstram medo ao passarem por um morador de rua. Fica clara, portanto, a necessidade de medidas para solucionar o imbróglio. Nessa perspectiva, é imprescindível que o Poder Executivo faça valer os princípios estabelecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), segundo o qual o acesso à moradia e à convivência familiar constitui direito fundamental da criança. Isso pode ser feito por meio da construção de mais orfanatos e casas de abrigo com profissionais capacitados e treinados para lidarem com essa realidade. Além disso, é essencial o fornecimento de subsídio estatal para as famílias mais carentes, através de programas sociais em parceria com instituições privadas, com o fito de garantir as necessidades básicas desses adolescentes. Assim, será possível tratar com dignidade essas crianças, como proposto pela ONU.