Título da redação:

Desafios gerados pelo envelhecimento populacional

Tema de redação: Crescimento da população idosa no Brasil e as consequências para a sociedade

Redação enviada em 28/10/2016

É recorrente afirmar que o Brasil está em um processo de envelhecimento rápido e intenso devido ao início da implosão demográfica em sua realidade. Tal conjuntura compreende uma dinâmica de envelhecimento da sociedade sem reposição de novos cidadãos. Nesse sentido, ocorre o aumento da visibilidade de alguns problemas relacionados a essa faixa etária, como a precariedade do sistema de saúde pública voltado para os idosos, da previdência social e, também, dos casos de exploração ou violência contra a população mais velha. Segundo o psicanalista Erik Erikson, a velhice corresponde ao oitavo estágio do desenvolvimento humano, apresentando como conflito a integridade e a desesperança. Nesse sentido, o idoso tende para um ou para outro lado devido às suas experiências de vida, que afetam seu estado psicológico. Ademais, dentro da sociedade brasileira, o descaso para com a população idosa leva a uma conjuntura de desespero, como é comprovado pelos dados do DDH de que essa parcela da população sofre 59,3% dos casos de violência psicológica, 40,1% dos casos de abuso financeiro e violência patrimonial e 34% dos relatos de violência física. Dessa forma, é notório que o sofrimento psicológico e físico dos idosos no Brasil é grande para um país que está envelhecendo rapidamente e que esse contexto leva a uma necessidade de se aumentar a atenção que essa população recebe em todos os âmbitos da sociedade. Ademais, os problemas da atenção à saúde do idoso ganharam mais visibilidade devido ao processo de envelhecimento da população. Nesse sentido, a falta de hospitais especializados para os idosos na maioria das cidades e a escassez de profissionais da saúde ligados à geriatria deixam a situação da saúde em um estado precário para essa parcela da população. Em virtude disso, os relatos de maus-tratos e de desrespeito à dignidade do idoso como cidadão são frequentes na realidade brasileira, a qual se opõe ao que se imaginava para a sociedade por meio dos possíveis efeitos gerados pelo Estatuto do Idoso. Dessa forma, é preciso reformular a política de saúde para que essa instância da gestão pública possa atender às necessidades desses cidadãos e do grande contingente populacional que irá fazer parte dessa faixa etária nos próximos anos. Desse modo, fica evidente que os desafios gerados pelo envelhecimento populacional no Brasil são recorrentes no cotidiano da sociedade. Logo, o Ministério da Saúde deve investir na criação de hospitais especializados na saúde do idoso, na formação de novos profissionais relacionados à geriatria, além de promover cursos voltados para o cuidado com pessoas idosas para todos os profissionais que possam ter contato com essa faixa etária, para que se crie uma realidade favorável ao atendimento humanizado do idoso. Por outro lado, o Ministério do Planejamento precisa promover o Projeto Cidade Amiga do Idoso por meio da utilização de veículos de comunicação para a difusão desse projeto e do aumento das premiações para as melhores cidades, que deve ser feito por intermédio dos investimentos públicos e da busca do apoio do setor privado. Por fim, a sociedade precisa reformular sua maneira de agir diante dos mais velhos por meio de uma educação sobre os processos que envolvem o envelhecimento desde a infância, pois os idosos precisam de um afeto e cuidado mais atenciosos, para evitar que os mais velhos criem uma mentalidade de que não são mais necessárias por causa de uma postura desrespeitosa ou inadequada dos mais jovens e, assim, promover a permanência deles no âmbito social e a sua dignidade como cidadão.