Suicida em potencial. É assim que pode ser definido o homem quando lida com o meio ambiente. Sem calcular os impactos futuros de suas atitudes presentes, acaba por atingir o equilíbrio do planeta e si mesmo. Essa questão, embora muito antiga, alcança seu ápice na contemporaneidade, tendo o consumo humano como um de seus agravantes. Nesse sentido, a indústria capitalista é quem dita os padrões de aquisição de bens. Para vender seus produtos e angariar cada vez mais lucro, ela faz uso de poderosos e infalíveis mecanismos de atração de consumidores. O resultado disso não é nada alentador: ao sairmos às compras, o autocontrole parece não nos acompanhar. Desse modo, acabamos comprando mais do que deveríamos e, por conseguinte, descartando mais do que o meio ambiente poderia receber. A situação piora, entretanto, quando se considera o baixo grau de instrução do brasileiro acerca da necessidade de praticar cuidados ambientais. Não tendo recebido, na grande parte das vezes, de nossos educadores – pais e professores – ensinamentos satisfatórios de como lidar corretamente com os recursos naturais, agimos de maneira contrária ao que seria ecologicamente sustentável. Logo, tal aspecto cultural nos leva, por exemplo, a demorar muito banho ou a escovar os dentes com a torneira aberta quando, em contraponto, o país é assolado por uma crise hídrica. Para mitigar os efeitos dessa situação é preciso, portanto, que haja uma série de mudanças que vão do individual ao coletivo. O primeiro passo deve ser dado pelo indivíduo, ao reconhecer a necessidade de minimizar os impactos de seu consumo no ecossistema. Ademais, faz-se necessário a adesão da família e da escola ao processo de construção da educação ambiental da criança e adolescente, estimulando a responsabilidade na hora das compras. Outrossim, é papel do Estado fiscalizar se as empresas, em suas cadeias de produção e venda, oferecem riscos ao planeta. A aplicação de multas, nesse aspecto, pode ser uma boa medida.