A Revolução Industrial desencadeou um hábito de consumo que extrapola os limites da natureza. O consumismo, assim conhecido desde o séc. XVIII, se tornou um hábito cotidiano na vida da sociedade do séc XXI. Paga-se um preço por algo que “fará uso”. Porém, o preço a ser pago não é apenas o monetário. O maior preço a ser pago pelo consumismo é o impacto ambiental da produção e do descarte. As rodas do capitalismo se movimentam de um principal combustível: o consumo. À medida que ele aumenta mais e mais se explora o meio ambiente. Na matemática isso é chamado de inversamente proporcional, pois quanto mais temos de consumo, menos temos de natureza. Esse é o modelo padrão de desenvolvimento e consumo em todo o mundo e o homem está habituado a ele. Como consequência, desastres acontecem de anos em anos, meses em meses. Em 2015 tivemos o rompimento de uma barragem em Mariana, Minas Gerais. Uma mineradora brasileira, a Samarco, negligenciou a segurança e milhares de dejetos minerais vazaram por uma das fluentes do rio São Francisco. Em 2010 tivemos um vazamento de petróleo no Golfo do México. É como Adam Smith ressalta “O consumo é a única finalidade e o único propósito de toda produção”. Anos atrás, nas décadas de 1990 e 2000, haviam telefones celulares que duravam anos e anos. Hoje em dia, o descarte de celular em busca de um modelo mais recente é cada vez mais intenso, o que faz com que mais lixo seja produzido e esse lixo pode acabar indo parar em praias, rios, ilhas. E se há maior procura do produto, a burguesia tentará fazer uma maior produção e assim vai precisar destruir mais o meio ambiente. A real questão é que o consumo está atrelado ao meio ambiente. Mas o consumo é irrefreável, a sociedade hoje não vive sem ele. É necessário que haja uma conciliação do consumo com a exploração de maneira que o ser humano possa se desenvolver ao mesmo tempo que faz a manutenção e reposição do meio ambiente. É necessário investir em produtos recicláveis e que machucam menos o meio em que vivemos, pois sem o meio, não vivemos. O Estado deve incentivar condutas e campanhas que conscientizem a respeito do consumo sustentável. É necessário ainda que a sociedade desenvolva hábitos consumistas menos agressivos ao meio, incentivando as futuras gerações a não consumirem mais do que o necessário. Dessa maneira, o mercado se adequará ao consumo e haverá uma melhor prerrogativa de futuro para o meio ambiente.