Assim como no poema concretista de Augusto de Campos a sociedade contemporânea foi construída no paradoxo do luxo e do lixo. Desse modo, embora o ambiente estabeleça relações mutualísticas com os seres vivos, o ser humano, por muitas vezes, rompe com essa ideia de busca pela homeostase. Nesse sentido, o descarte de lixos em locais inapropriados, a destruição de ecossistemas, a extinção de animais silvestres, são algumas das consequências da negligência humana. Diante disso, mesmo que práticas ecológicas tenham sido desenvolvidas nas últimas décadas, ainda é possível notar o descaso com a natureza. Assim, as causas e consequências dessa problemática devem ser analisadas. É válido considerar, antes de tudo, os avanços tecnológicos em detrimento da natureza. Carlos Drummond de Andrade em seu poema “O trem maior do mundo” afirmava que as riquezas naturais de Itamira estavam sendo exploradas, degradando o espaço. De maneira análoga, é possível notar que as Revoluções Industriais, a globalização e o consumismo desenfreado, foram bases para o desenvolvimento do capitalismo predatório, comprometendo, assim, o meio ambiente. Isso pode ser visto na exploração agropecuária, nas emissões de gases estufas e nos despejos inadequados de poluentes tóxicos nos cursos dos rios. Outrossim, cabe destacar o direcionamento inadequado do lixo como catalisador do problema. Em 2010 o Plano Nacional de Resíduos Sólidos foi criado com a finalidade de, entre outras coisas, aplicar efetivamente a política dos “3Rs” – reciclar, reutilizar, reduzir-, além de fechar os lixões, grandes poluidores atuais e atuar na coleta seletiva. Entretanto, esse plano ainda não foi concretizado, haja vista que a população não foi mobilizada para a causa. Isso pode ser visto, por exemplo, no lixo que é despejado em rios, em bueiros e nas ruas pelos indivíduos, fatos que demostram a falta de consciência da população em relação ao ambiente. É evidente, portanto, que o descaso com a natureza ainda persiste na sociedade brasileira. Para atenuar essa problemática, é necessário que o Estado, em conjunto com empresas privadas e a CONAMA, implemente planos de desenvolvimento com sustentabilidade, não degradando, assim, o ambiente e promovendo o progresso econômico no país. Isso pode ser feito pelo incentivo do Estado às empresas, por exemplo, no replantio de áreas desmatadas. Ademais, é fundamental que a população seja conscientizada, isso pode ser realizado por meio da educação ambiental tanto nas escolas, como nas mídias sociais, mostrando os impactos das atividades humanas no ambiente e mobilizando a sociedade para reverter essa situação. Só assim, com a união do Estado e da sociedade civil, será possível que não haja restos nessa equação sustentável. Corretor (a), tudo bem? No início da dissertação eu disse paradoxo, mas fiquei em dúvida se não era antítese. Outra coisa, esse título e o fechamento da dissertação poderia de algum modo me tirar pontos? Desculpa escrever aqui, obrigada.