No contexto atual, o modelo de produção capitalista tem sido um dos principais vilões no processo de degradação ambiental em que a população, motivada pelas propagandas comerciais, adquire produtos desnecessários a sua sobrevivência. Com o aumento no consumo, há, por consequência, um crescimento no descarte que gera resultados catastróficos à natureza. Mas afinal, será que existe uma maneira de reverter essa situação? Comprar somente o essencial não condiz com o atual costume capitalista. Com a ascensão da nova classe média e sua fome de consumo, ter virou sinônimo de ser. A capacidade de adquirir bens passou a ser o termômetro que mede valores como competência, felicidade e sucesso. De fato, a lógica de “consumo, logo existo”, segundo a qual o bem-estar social é conquistado pela aquisição de produtos, torna-se ainda mais evidente. Hoje, com o imperialismo do consumo, as pessoas passaram a gerar mais lixo, já que a prioridade não é acumular bens, mas usá-los e descartá-los, a fim de estar sempre atualizado. Desse modo, a obsolescência programada é uma das grandes responsáveis pelo aumento do consumo e geração de resíduos. Ela faz com que o produto dure menos que a tecnologia permite propositalmente. Gera-se, assim, uma cadeia de consumo exacerbada, sem nenhum limite estipulado. Diante de uma conduta voltada ao desperdício, o meio ambiente sofre as consequências imediatas, que estão associadas ao esgotamento de recursos não renováveis, como o petróleo. Por conseguinte, também se tem inúmeras formas de poluição, seja na atmosfera, nas águas ou no solo. Além disso, a reciclagem e a reutilização não fazem parte da cultura brasileira, agravando ainda mais essa situação. Logo, para minimizar os efeitos já criados pelo consumismo, é necessário desestimular a cultura do desperdício e promover a ideia de consumo sustentável, com a reflexão dos hábitos de consumo da população. Precisa-se também incentivar a política dos três R's (erres): redução da geração de resíduos, reutilização dos produtos e reciclagem de materiais. Assim haverá um consumo consciente por parte de população e, por consequência, menores impactos negativos ao meio ambiente.