Título da redação:

Consumo consciente

Tema de redação: Consumo consciente: como minimizar o impacto do nosso consumo no planeta?

Redação enviada em 07/09/2017

Uma das maiores encruzilhadas que o homem precisará ultrapassar no século XXI é a denominada crise do lixo. Fruto dos crescentes níveis de consumo da sociedade global e do avanço tecnológico - que descarta cada vez mais produtos obsoletos -, esse cenário configura um estado de calamidade socioambiental. No entanto, não é preciso abdicar de todos os bens materiais, como o filósofo helenista Diógenes de Sínope: é possível superar esse empecilho com consciência e sustentabilidade. Em primeiro lugar, está a dificuldade de o homem atual se desvencilhar do impulso consumista, que é cultivado pela cultura ocidental. Com o advento da Revolução Industrial e, principalmente, com a vigência do fordismo em sociedades como a americana a partir do início do século XX, constata-se a definição do consumo como o fundamental pilar no qual se sustenta todo o sistema capitalista, e, consequentemente, toda a vida e economia mundial. Esse materialismo exacerbado, um dos principais focos da crítica de Karl Marx, foi conservado ao longo de toda a História, desde então, à medida em que era necessário ao desenvolvimento das nações. Desse modo, percebeu-se o fator histórico de disseminação do consumo como um importante precursor da crise observada atualmente. Paralelamente a isso, essa persistência do consumo e a crise provocada por ela são as principais responsáveis por inúmeras das problemáticas socioambientais em curso nos dias de hoje. O fator que mais contribui a esse processo é, certamente, o destino das toneladas de lixo que são descartadas diariamente pela população, sobretudo no Brasil. Aqui, destacam-se o despejo e poluição dos manguezais - biomas raros, mas abundantes no país -, zonas estuarinas que concentram os nichos ecológicos de milhares de espécies endêmicas à fauna brasileira, cuja perturbação gera desequilíbrio ecológico por toda a cadeia trófica, inclusive dos biomas vizinhos. Ademais, percebe-se a contaminação, em larga escala dos aquíferos subterrâneos, pela implantação de lixões e aterros sanitários mal-planejados, prejudicando populações, plantações agrícolas e outros ecossistemas da região. Assim, a solução para essa crise deve ser centrada na sustentabilidade. Em síntese, essa superação depende não só de mudanças culturais e comportamentais em sociedade, mas, principalmente, de uma reforma sustentável dos sistemas de produção industrial e coleta de lixo. Isso pode ser alcançado por meio da manutenção rigorosa de aterros por empresas como a Comlurb, assim como de incentivos das prefeituras e sindicatos à instalação de pequenos sistemas de coleta e reciclagem em edifícios coletivos, como condomínios residenciais. Além disso, as Secretarias Estaduais do Meio Ambiente devem fiscalizar e punir quaisquer casos de descarte em zonas florestadas, além de reduzir impostos às empresas que apresentarem uma iniciativa sustentável de reutilização dos resíduos, incentivando um regime de consumo consciente na sociedade.