Em 2016 houveram grandes discussões sobre manifestações como a vaquejada e a farra do boi, com relação ao seu aspecto cultural e seus reflexos maléficos aos animais envolvidos. Portanto, a questão dos maus-tratos contra os animais se mostra uma controvérsia ainda sem solução no contexto brasileiro. Assim, dois fatores podem ser destacados: a falta de leis específicas em relação aos animais e a cultura de tratá-los com crueldade. Sobretudo, a questão de testes de medicamentos ou produtos de beleza e canis para reprodução revelam um caráter exploratório capitalista e não levam em consideração a dignidade da pessoa não humana. Mesmo que, recentemente, leis iniciaram a regulamentação dessas atividades, a legislação permanece ineficaz perante os maus-tratos. Desse modo, se faz necessária uma intervenção de leis mais rigorosas que defendam, acima de tudo, a segurança, dignidade e o bem-estar dos animais. Por outro lado, as estatísticas de violência com animais de rua são consideravelmente grandes, alcançando 21 denúncias de maus-tratos à animais por dia apenas no Estado de São Paulo. Com isso, brincadeiras maldosas formam uma cultura de banalização da violência e inferiorização dos animais que é passada através das gerações. Nesse sentido, esses costumes devem sofrer uma reeducação progressiva, envolvendo os âmbitos cultural, religioso e ambiental. Tendo em vista os fatos retratados e o que disse Nelson Mandela, líder rebelde contra o Apartheid, “a educação é a ferramenta mais poderosa que se pode usar para mudar o mundo”, e portanto, essa deve vir da família, juntamente com as escolas, a fim de reeducar os hábitos infantis em relação aos animais. Para isso, é importante que o Congresso Nacional legisle ao tomar medidas eficientes que reduzam os casos de maus-tratos por meio de propostas de leis. De mesmo modo, a mídia, juntamente com ONGs, deve informar e instruir os cidadãos sobre a cautela que é necessária ao se tratar de animais domésticos e selvagens, para que todos venham alcançar uma vida digna e de bem-estar, por meio de campanhas com anúncios conscientizadores. Em suma, para solucionar essa problemática, deve ser prioridade de todos garantir uma vida digna a todos os seres vivos.