Historicamente, o papel dos animais junto às sociedades foram subjugados aos interesses humanos e tal paradigma só começou a ser contestado a partir do século xx. Hodiernamente, houve avanços no que se refere à seus direitos, entretanto, a questão dos maus-tratos contra os animais apresenta-se, infelizmente, uma triste prática arraigada na realidade brasileira. Diante disso, é relevante analisar os avanços e os desafios enfrentados por essas espécies. Primeiramente, é preciso salientar que a Constituição Federal de 1988 prevê crime ambiental qualquer ato contra os animais. Contudo, as relações entre ser humano e os outros bichos, na prática, ainda obedecem uma relação de dominação e egoísmo do homem que considera-se superior a qualquer outro se vivo, baseado na teoria de Charles Darwin a cerca da evolução das espécies a qual a o homem é o mais adaptado. Dessa forma, é inadmissível que não haja medida efetiva a fim de que o decreto não seja apenas no papel. Somado a isso, é cabível enfatizar que o receio de denunciar dificulta a resolução dessa problemática. O educador Paulo Freire, em sua obra “pedagogia do oprimido”, é necessária buscar uma “cultura de paz". Análogo a isso, muitas pessoas tem o receio de denunciarem, com o intuito de evitar perturbações, espacialmente quando envolve o risco de ser alvo de violência, não somente por parte dos traficantes de animais silvestres como também de empresários que usam animais para seus interesses financeiros. Todavia, omitir crimes é corroborar na manutenção desse estigma no tecido social, o que opera como um forte obstáculo na mudança desse cenário. Fica evidente, portanto, que, embora haja progressos no que diz respeito à defesa dos animais no brasil, é importante a adoção de mecanismos capazes de assegurar o cumprimento e o exercício da delação. Posto isso, cabe ao Ministério da justiça criar delegacias especializadas , tal como uma ouvidoria anônima de modo a fiscalizar os locais onde houver denúncias, com o objetivo de coibir o aumento dessas violações. Ademais, deve produzir cartilhas de orientação com números de telefone e é informação de como proceder ao presenciar casos de desrespeito aos bichos, com o fito de estimular a participação civil. Dessa forma, será possível reduzir gradativamente essa prática é obter uma sociedade menos individualista.