O filme nacional "Rio" retrata a difícil realidade de aves em extinção procuradas por criminosos da biopirataria. Nesse cenário, as espécies de arara azul são mau-tratadas e aprisionadas em péssimas condições juntamente com diversas outras aves a caminho do mercado ilegal. De maneira análoga ao filme, os maus-tratos contra os animais não se restringe apenas na ficção, na atualidade, diversas espécies domésticas e selvagens sofrem abusos físicos, constituindo uma temática preocupante na conjuntura da sociedade, acarretado seja pelo comportamento social, seja pela legislação vigente. Em uma primeira abordagem, é importante ressaltar a ética distorcida entre os seres humanos e os animais entre os principais fatores das hostilidades contra os animais. De acordo com o imperativo categórico da filosofia kantiana, a ação humana deve estar em conformidade com a moral, a fim de estabelecer um estado harmônico no convívio social. Partindo desse pressuposto filosófico, percebe-se que muitas pessoas estão distantes dessa temática do filósofo alemão, uma vez que agem de forma imoral com os animais, expondo esses seres irracionais a situações de estresse. Exemplo claro dessa atitude impetuosa ganhou destaque no recente episódio, nacionalmente divulgado, da agressão promovida por um funcionário de uma rede de pet shop no Rio de janeiro em cachorros durante o banho desses. Dessa forma, é indispensável que a sociedade reconsidere suas ações com as outras espécies, respeitando o estado natural de cada ser. Em uma segunda abordagem, convém salientar a insuficiência da legislação contra os maus-tratos contra os animais. Segundo a Constituição Federal de 1988, é dever do estado cuidar da fauna e da flora, aplicando o direito penal contra os infratores que violarem tais espécies.No entanto, os constantes casos de agressão somado com o elevado número de caos de rua demonstra que esse direito está distante da realidade. Para se ter uma ideia dessa questão, segundo o portal de notícias G1, os servidores públicos da prefeitura de Igaracy, no sertão nordestino, ordenou matar mais de 30 cachorros de ruas por estarem abandonados. Contudo, é indiscutível que a civilidade presente na constituição não apresenta no cotidiano, logo, é inevitável que a Policia Federal intensifique suas investigações e destinem punições contra os criminosos que hostilizarem os animais. Fica claro, em suma, que os maus-tratos contra os animais constitui uma temática preocupante, nesse viés, a reeducação e a implantação mais severa do direito penal são os caminhos para solucionar essa problemática. Destarte, o Ministério da Justiça, deve acentuar as penalidades contra os infratores, por meio de uma emenda legislativa no código penal, aplicando multas severas e apreensões dos infratores, na expectativa de reduzir os crimes desse porte. Além disso, cabe ao Ministério da Comunicação, em parceria com as emissoras de TV aberta, amplificar as campanhas contra os maus-tratos de animais, incluindo propagandas televisáveis e entrevistas em jornais com veterinários, na tentativa que a sociedade não agrida os animais domésticos, sendo necessário salientar, que esses seres são irracionais, mas nem por isso merecem ser torturados. Assim, sendo tomadas as medidas apresentadas, as agressões contra os animais serão amenizadas e as espécies poderão viver em harmonia como a arara azul do filme "Rio" viveu no final da animação.