O século XIIX rompeu com a relação harmônica entre homens e animais, a partir de então, a Revolução Industrial e a expansão do capitalismo também propuseram o lucro por meio da exploração animal. Desde então, foi disseminada a produção em série de galinhas e porcos, com péssimas condições de sobrevivência. Hodiernamente, a procriação descarada de cães de raça ainda é vivenciada três séculos depois, o que não passa de um abuso da espécie. Contudo, essas vítimas são incapazes de denunciarem os agressores e, em virtude disso, permanecem nesse estágio enquanto não houver uma denúncia anônima ou flagrante. "O homem não é mais amigo da natureza, a natureza não é mais amiga do homem." A partir da máxima de Milton Santos, analisa-se que a relação retratada em filmes como Marley e Eu -onde o cachorro é o melhor amigo do dono- foi perdida há muito tempo. Nesse ínterim, vale ressaltar que maus-tratos não estão relacionados apenas às agressões físicas, mas, principalmente, ao descaso, condição de sobrevivência precária, tração exagerada e até mesmo a falta de alimento adequado. Ou seja, se o homem é mesmo um animal racional, deveria compreender sua associação com o mundo, ao invés de se aproveitar de seres inofensivos. . Na obra cinematográfica Vida de Cão, de Charles Chaplin, existe um diálogo entre a modernidade com a vida dos animais. Nesse cenário, há uma comparação entre a vida de um vagabundo e a de um cachorro, com o fim de criticar a violência e a desumanidade que ambos sofrem. Aliás, pela aproximação do cachorro com o homem, depreende-se que não existem diferenças tão discrepantes, como também choca a sociedade pelo fato da dominação abusiva. Hoje, esse crime de descaso pode ser visualizado nas redes sociais, os indivíduos deparam-se com animais de rua, desnutridos quase todos os dia mas só são "mobilizados" quando esse quadro é compartilhado no Facebook. Ademais, a procriação de animais com intenções de lucro são bárbaras. Em outras palavras, é relatada a situação de granjas, frigoríficos e criadouros de porcos que não atendem às normas do IBAMA tampouco da vigilância sanitária, o que foi exposto no G1 sobre a granja de Limeira em 2016. Desse modo, os animais são exageradamente alimentados, tendo em vista que, quanto maior o peso, maior o lucro para a empresa, dessa maneira, as galinhas ficam tão gordas que mal conseguem se movimentar. Afinal, a intenção não é que elas se movimentem, é apenas o preço por quilograma. Infere-se, portanto, para solucionar a questão dos maus-tratos contra os animais no Brasil, cabe ao Governo Federal, de imediato, promover campanhas por meio de anúncios e propagandas em rede aberta para que o telefone do disque-denúncia de violência contra animais seja explicitamente divulgado, assim, os indivíduos saberão o que fazer quando presenciarem uma cena criminosa contra animais e não serão coniventes com a ação. Para mais, o Estado deve promover concursos públicos por meio de editais lançados, com a intenção de ampliar o número de fiscais do IBAMA e da vigilância sanitária, pois, somente com a fiscalização rígida a Lei será efetivada e desse modo, os infratores serão punidos, haja vista que somente a punição pode corrigir desvios de educação social. Em vista disso, por meio do cumprimento das normas, os animais terão segurança.