A exploração animal pode ser observada já na pré-história através das pinturas rupestres, que eram feitas usando-se vísceras de animais. Durante muito tempo a subjugação de animais não humanos ao homem foi inquestionável, entretanto, devido ao rápido alcance de informações propiciado pela tecnologia e consequente conscientização sobre o fato, isso tem mudado. A determinação de animais como mercadoria e não como vida acarreta em indiferença para com eles e, portanto, também em crueldade. Criadouros de cães e gatos de raça, as chamadas Fábricas de Filhotes, produzem status ao preço da humanidade. Enquanto pessoas compram filhotes a preços caríssimos para exibi-los como fator de riqueza, suas matrizes se encontram em condições insalubres, tendo apenas a função de procriar. Tal situação tem consequências até mesmo ao filhote vendido, que é sujeito a doenças hereditárias ou transmitidas pelos pais durante o convívio. Em nome do lucro, animais são tratados como máquinas industriais. A desumanidade na manutenção do bem-estar do homem está também no prato. O trajeto do animal cujo fim seja alimentício é todo ele marcado pela brutalidade. Esses animais, ainda que passíveis de dor, são submetidos muitas vezes a pouca ou nenhuma condição higiênica, a espaços demasiadamente apertados que acabam por gerar lesões e mortes, além da alta temperatura nesses lugares durante o transporte. Mesmo no abate, os bovinos em especial, são sujeitados a golpes na cabeça e choques elétricos para atordoá-los, o que muitas vezes não funciona e o animal é levado consciente ao restante do procedimento. Torna-se evidente, portanto, que o "status" de inferior ao homem atribuído aos animais acarreta em sua exploração de maneira indiferente e consequentemente, cruel. Para tornar harmônica a relação entre homem e animal, o Ministério do Meio Ambiente,juntamente com o Poder Judiciário, deve enrijecer as leis já existentes, aumentando a fiscalização em fazendas e abatedouros, bem como punindo efetivamente os transgressores. Além disso, deve-se criar leis que dificultem a venda de animais objetivando o lucro, e, opostamente, alavancar os abrigos que trabalham retirando cães e gatos das ruas. Apenas quando se reconhecer como também um animal, o homem será, de fato, humano.