Promulgada pela ONU em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todos os indivíduos o direito à segurança e ao bem-estar social. Conquanto, o aumento dos moradores de rua na conjuntura atual impossibilita que essa parcela da população desfrute desse direito universal na prática. Nesse contexto, torna-se clara a insuficiência de estruturas especializadas no acompanhamento desse público, bem como o entendimento acerca do papel social desse arranjo. A educação é o fator principal no desenvolvimento de um país. Hodiernamente, ocupando a nona posição na economia mundial, seria racional acreditar que o Brasil possui um sistema público de ensino eficiente. Contudo, a realidade é justamente o oposto e o resultado desse contraste é claramente refletido no enorme número de sem tetos presentes no país. Segundo a Istoé, 58,7% dos habitantes de rua possuem o fundamental completo ou incompleto e de acordo com o filósofo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Diante do exposto, é notório a importância que o conhecimento possui na vida dos indivíduos, visto que, contribui futuramente para a formação do caráter individual. Outrossim, destacam-se as dependências químicas relacionadas às drogas e o alcoolismo como impulsionadoras do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Segundo essa linha de raciocínio, é evidente a escassez acerca dos investimentos governamentais para a construção de centros de reabilitação gratuitos e políticas públicas de vigilância socioassistencial desenvolvidas pelos governos municipais, medidas que tornariam o ambiente mais inclusivo para os moradores de rua. Infere-se, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem a construção de um mundo melhor. Como já dito pelo filósofo Paulo Freire, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Logo, cabe ao Ministério da Educação criar um projeto para ser desenvolvido nas escolas o qual promova palestras, apresentações artísticas e atividades lúdicas a respeito do cotidiano e dos direitos pertencentes aos moradores de rua, uma vez que ações culturais coletivas detém imenso poder transformador, afim de que a sociedade no geral, por conseguinte, conscientizem-se. Ademais, é dever do estado à criação e implementação de um projeto social em conjunto com a vigilância socioassistencial, cujo faça a contagem do número de habitantes de rua e, posteriormente, a encaminhação para um albergue, promovendo a inserção desses na sociedade.