Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Como promover a integração dos moradores de rua à sociedade

Redação enviada em 30/06/2018

Segundo dados de 2015 do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), o Brasil apresenta mais de 100 mil pessoas vivendo nas ruas. Esse quadro alarmante expõe uma realidade em que muitos brasileiros são marginalizados pelo sistema, passando a viver nos espaços públicos dos centros urbanos. Nesse sentido, fatores de ordem estrutural, bem como governamental, caracterizam o dilema da integração dos moradores de rua à sociedade. É importante pontuar, de início, a influência de um desordenado processo de urbanização nos numerosos casos de pessoas em situação de rua. Nesse contexto, o Brasil, em menos de 50 anos, ainda no século XX, passou de um país essencialmente rural para uma nação urbanizada. Esse fenômeno, entretanto, gerou cidades mal estruturadas e incapazes de abrigar o grande contingente populacional. Como reflexo dessa realidade caótica, o deficit habitacional e os índices de moradores de rua são elevados no país. Além disso, vale ressaltar a grande participação da gentrificação no quadro de brasileiros sem moradia. Ao valorizar uma determinada região, grandes empresas dificultam a permanência de antigos moradores pela elevação do custo de vida. Assim, essas pessoas perdem suas residências e, muitas vezes, passam a viver nas ruas, como destacou pesquisas recentes da Istoé, em que esse fator correspondeu a cerca de 20% dos casos de moradores de rua. Outrossim, tem-se o descaso governamental quanto às pessoas em situação de rua. Apesar de previsto na Constituição, o direito à moradia no país não é respeitado e são mínimas as tentativas de integração dos cidadãos sem-teto. As propostas de muitos Governos nessa área, porém, são contrárias à inclusão desses indivíduos. Essa realidade tornou-se evidente nas políticas do prefeito de São Paulo, que, no início de 2017, adotou uma série de medidas hostis aos moradores de rua, buscando apenas a expulsão dessas pessoas de regiões centrais da cidade. Dessa forma, o engajamento da classe governante nesse setor ainda é pouco significativo, dificultando a integração desses indivíduos na sociedade. É notória, portanto, a relevância de fatores estruturais e governamentais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe aos governos municipais, em parceria com as esferas estaduais e federais, promover reformas urbanas que atendam ao direito constitucional dos brasileiros à moradia. Essa intervenção deve contar com a ampliação de projetos como o Minha Casa, Minha Vida, além do fornecimento de auxílios financeiros e sócio-educacionais aos indivíduos que vivem nas ruas a fim de garantir a inclusão social desses cidadãos. Ademais, a população civil, em consonância com a mídia, deve pressionar os governantes nos casos, cada vez mais frequentes, de gentrificação. A ideia da medida é, a partir de protestos nas ruas e campanhas na internet, mobilizar a sociedade e os políticos para minimizar esse fenômeno no país, assegurando a moradia aos brasileiros.