A visão subjugadora sobre os moradores de rua não é recente na história da humanidade. Na Antiguidade Clássica, o filósofo Aristóteles afirmava que quem não possuísse a condição de cidadão-escravos e moradores de rua-,deveriam ser excluídos da sociedade. Ao analisar a hodiernidade brasileira, percebe-se que a exclusão social dos sem-teto permanece, e entre suas principais causas é possível citar a individualidade e o descaso do governo. Dessa forma, medidas são necessárias para reintegrá-los na sociedade. Em uma primeira abordagem, é preciso salientar que o distanciamento das relações é um dos principais impasses.De acordo com Zygmunt Baumann, o mundo atual se caracteriza pela modernidade líquida, em que a população se tornou mais individualista. Tendo isso em vista, observa-se que o descaso com o próximo, principalmente mendigos, é resultado desse processo de individualização, uma vez que as pessoas estão mais preocupadas com problemas pessoais, o que certamente causa uma banalização da situação dos habitantes de rua. É importante que a solidariedade com o outro seja recorrente na sociedade brasileira, dado que esse foi um dos principais motivos que levou a Finlândia a ser o primeiro país a reintegrar os sem-teto, conforme apontou o site BBC. Outrossim, destaca-se a falta de ação do governo como impulsionador do problema. Segundo o filósofo John Locke, o Estado tem o dever de garantir tudo o que está previsto na Constituição. Contudo, o que se observa no Brasil é uma transgressão a essa proposição, visto que, embora esteja garantido na Constituição de 1988 direitos fundamentais para uma vida digna, na prática, isso não ocorre efetivamente, e muitos em situação de rua se encontram desamparados e excluídos da vida em sociedade. Os dados do IBGE, que mostram que em 4 anos o número de moradores das ruas do Brasil cresceu 10% , claramente evidencia a questão. Ou seja, a ação do Governo é de extrema necessidade para recuperar a cidadania dessas pessoas. Fica claro, portanto, que o número de habitantes de rua cresceu consideravelmente no país, e é de extrema importância a resolução da problemática. Nesse sentido, cabe ao Ministério da Fazenda, por meio da aplicação da maior parte dos impostos arrecadados, construir e melhorar centros de acolhimento, com o fito de garantir que todos tenham infraestruturas necessárias para que os mendigos possam não só dormir, mas também,receber auxílios, como o amparo educacional e profissional. Ademais, as ONG's, juntamente com os canais midiáticos, por intermédio das redes televisivas e sociais, tem o papel de criar propagandas para alertar a população brasileira acerca dos problemas que os moradores de rua enfrentam e, assim, aumentar a quantidade de ajudas com assistências sociais. Dessa maneira, o Brasil pode superar a visão subjugadora que permaneceu por séculos.