Ao caminharmos pelas ruas de grandes cidades, nossa atenção não é atraída apenas pelos enormes prédios, grafites coloridos nos muros e os extensos congestionamentos, mas também pelo grande número de moradores de rua vivendo em calçadas, túneis e em construções abandonadas. Seja por uma questão de desemprego, uso de álcool e drogas ou fracas medidas inclusivas, o Brasil enfrenta uma difícil integração dos moradores de rua à sociedade. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Brasil até 2015 tinha pouco mais de 100 mil pessoas vivendo nas ruas. Os moradores de rua são um grupo heterogêneo, isto é, são pessoas com diferentes históricos de vida e que acabaram nessa situação pelos diversos motivos. De acordo com a revista ISTOÉ, do número de pessoas que moram nas ruas, 36% estão nessa situação devido ao consumo de álcool e drogas e 30% estão por conta do desemprego – que é um dos maiores problemas nacionais atualmente. Em 2008, foi implementada a Política Nacional para População em Situação de Rua, que tem entre seus objetivos a oferta de serviços de assistência social, inclusão na intermediação de empregos e criação de alternativas de moradia, entretanto essa lei não tem se mostrada muito efetiva, uma vez que o número de moradores de rua tem aumentado. Sendo assim, para promover a integração adequada dos moradores de rua à sociedade, medidas devem ser tomadas. Cabe ao Governo Federal, a partir do Ministério do Trabalho, criar vagas de empregos formais que tenham um sistema de cotas que beneficie as pessoas em situação de rua, a fim de permitir que mais moradores de rua tenham uma renda fixa com todos os direitos trabalhistas assegurados e, consequentemente, proporcionar uma melhor qualidade e estabilidade financeira para essas pessoas. Além disso, os Narcóticos Anônimos e os Alcoólicos Anônimos devem se unir e intensificar suas ações indo atrás dos moradores de rua e, com a ajuda de psicólogos, realizarem conversas que convençam essas pessoas a irem às reuniões e se tratarem, para que, progressivamente, se livrem de uma vez de seus vícios e, como resultado, se afastem cada vez mais das ruas. Dessa forma, teremos uma sociedade mais justa e inclusiva para todos os cidadãos.