Desde a Idade Antiga, a sociedade é desafiada pelo problema que envolve a integração dos moradores de rua à sociedade. Nos dias atuais, apesar dos avanços implementados pelo Governo, tais como o albergue social e o programa Lar por um dia , o desafio, devido à negligência e compactuação da sociedade e à falta de atitude do Governo, urge por soluções imediatas. Em uma primeira análise, sob a ótica sociológica, a persistência da problemática no Brasil é intrinsecamente fomentada pela negligência e a compactuação da sociedade que se omite diante de situações de abandono e descaso do poder público que usa as mazelas dos moradores de rua como mecanismos para obtenção de votos e o povo, vendo isso, não dá uma resposta nas urnas. Nesse sentido, em um estudo publicado pela Folha de São Paulo, foi divulgado que o aumento dos casos de moradores de rua constrói-se historicamente na formação social do Brasil como traço revelador do passado cultural nacional. Desse modo, a sociedade torna-se a principal vítima de suas próprias contradições, omissões e condutas. Ademais, em um segundo plano, a falta de atitude do Governo possui estreita relação com o aumento dos casos de pessoas morando nas ruas. Isso porque a falta de investimentos em projetos de resgate da cidadania por meio de emprego e moradia a preço popular, gera uma sensação de abandono, culminando, assim, na elevação dos casos de desrespeito à garantia ao direito de igualdade garantido na constituição federa. Esse processo decorre da necessidade que o povo sente de ser protegido por seus governantes. Nesse contexto, o filósofo Platão afirma que a punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus. Dessa maneira, a imprescindibilidade de superação do abandono da população de rua configura-se como um importante desafio da pós-modernidade. A negligência da sociedade, em paralelo à falta de atitude do Governo, portanto, são condições diretas para que o grave caso de falta de integração dos moradores de rua à sociedade ocorra no Brasil. A fim de que haja a imprescindível superação desse panorama, faz-se necessário que o Governo, por meio do Ministério do Trabalho, implemente núcleos de debates e divulgação sobre a necessidade de reinserção do morador de rua ao ambiente social. Nesse aspecto, deve-se criar incentivos fiscais às empresas que contratarem e mantiverem empregados os moradores de rua, permitindo, assim, uma ação eficaz no tratamento da problemática. Além disso, a mídia, consciente de seu papel social, deve buscar a maior informatividade e construção de postura crítica da população, ao divulgar projetos que incentivem o respeito à garantia constitucional da moradia e o tratamento igualitário a cada cidadão. Agindo assim, a construção de uma sociedade em que a paz seja um valor substancial será uma realidade empírica, não um ideal ou uma utopia.