Com o desenvolvimento de cidades devido a transferência da família real para o Brasil, nasce uma nova classe excluída e carente de recursos básicos para a sobrevivência, os moradores de rua. Contemporaneamente, tal classe se encontra presente e em proporções alarmantes, evidenciando a urgente necessidade de ações preventivas. Dessa forma, compreender os principais fatores que levam a tal entrave urge como uma importante necessidade social. A falta de projetos que apoiem e acompanhem esses moradores e o uso constante de drogas urgem, indubitavelmente, como canalizadores desse panorama. Em primeiro plano, é preciso relacionar o descaso social e governamental com essa parcela da população. Nas grandes e médias metrópoles, se tornou intrínseco o ideal de pessoas vivendo em péssimas condições, levando a muitos ignorar o problema. Ações por parte do Governo se mostram ineficientes e passiveis de rígidas reformas. Nessa perspectiva, convém observar que, segundo pesquisa publicada pelo IPEA, no Brasil, 101 mil pessoas residem nas ruas, evidenciando a necessidade de ações expressivas. Além disso, é irrefutável que o alto consumo de drogas também esteja diretamente relacionado com a causa do problema. Com o alto índice de violência urbana e a facilidade com que o trafico atua no país, muitos se rendem ao consumo de drogas e acabam por perder suas moradias e famílias, levando-os a morar na rua e continuar com o vício. Porém, como Bertolt Brecht, com rara sensibilidade, escrevera nada deveria parecer-nos natural, ou impossível de ser transformado. Logo, é preciso empreender esforços efetivos e fé na capacidade de transformação. Infere-se, portanto, que o Governo e as mídias cooperem em relação a integração dos moradores de rua à sociedade. Cabe ao Governo Federal, por meio de investimentos e criação de projetos, estimular a ressocialização de mendigos, com vagas de emprego e escolas e, também, a criação de postos estratégicos que forneçam abrigo e comida, com o intuito de melhorar a qualidade de vida desta população. Além do mais, ações em mídias como rádio e televisão devem, em paralelo, estimular ações voluntárias que busquem complementar as atuações governamentais. Assim, o alcance e a eficiência dessas ações serão relevantes conquistas, de modo que a transformação preconizada por Brecht seja uma realidade viva, ética e efetiva.