Desde o Medievo, pessoas perderam poder sobre uma moradia própria e uma vida digna com o surgimento da relação entre vassalos e suseranos, podendo, os primeiros, morarem “na rua” caso não concordassem com as regras impostas. Com a revolução industrial e o capitalismo, essa situação de desabrigo piorou e, hoje, promover a integração dos moradores de rua à sociedade é complicado, não somente pela estigmatização, mas, também, pela baixa escolaridade destes. Primeiramente, existe uma massa que considera todo desabrigado “vagabundo”, o que não é verdade. Considerando a sociedade um corpo biológico, como fez Durkheim, o preconceito pode ser entendido como um vírus que se alastra rapidamente a partir do estigma citado. Desse modo, afetaria muitas pessoas e desassistiria, ainda mais, a parcela social de moradores de rua. Concomitantemente, o déficit escolar é um fator excludente na atualidade. De certo modo, a violência simbólica e o capital cultural, estudados por Bourdieu , são fatos existentes que distanciam relações e calam aqueles que não possuem “crédito cultural” ou a sabedoria erudita. Assim, as soluções ficam ainda mais distantes de serem obtidas. São necessárias, destarte, medidas para resolver o impasse. Em primeiro lugar, devem ser realizadas pesquisas, por parte do Ministério dos Direitos Humanos, com verbas públicas destinadas ao órgão citado, em curto prazo e sempre atualizadas, para que seja possível entender a causa do problema e o porquê de existirem pessoas morando nas ruas. Finalmente, o Governo Federal poderá agir cadastrando aqueles que faltam nos programas sociais e, em longo prazo, estudando a situação, juntamente a sociólogos, para resolver, portanto, o empecilho.