Fazer das ruas uma moradia não é um fenômeno novo, tampouco raro ou restrito ao Brasil. Inúmeras pessoas mundo afora que não conseguem ascender socialmente ou atingir uma boa condição financeira acabam vendo como única opção morar nas ruas. Vários fatores causam e corroboram essa situação, tais como baixo nível de escolaridade e a negligência e burocracia por parte de todas as gamas institucionais. Em muitos países, principalmente no Brasil, o mercado financeiro e o mundo do trabalho ditam a preferência por profissionais altamente qualificados. Isso faz com que a população que não possui um renomado diploma se torne desempregada na busca por um trabalho e, sem condições financeiras para suportar pesados impostos e aluguéis, passe a fazer da rua sua moradia. Dados divulgados pela revista “IstoÉ” exibem exatamente isso: quase um terço dos moradores de rua lá estão por desemprego, assim como mais da metade deles cursou apenas até o ensino fundamental. De outro lado, as instituições, que têm o dever de lidar com essa problemática, não se mostram eficientes em amenizar ou resolver a situação. A esfera pública, acometida pela burocracia, tem enorme dificuldade e requer muito tempo para aprovar e sancionar projetos sociais nos padrões do que prevê a lei. Ademais, as propostas apresentadas pelas várias instâncias do legislativo e postas em prática pelo executivo, sejam a longo ou curto prazo, são pouco realistas e inovadoras. Como resultado, o fenômeno cada vez mais envolve mais pessoas e as exclui do ambiente social. Entende-se que a questão dos moradores de rua é uma problemática que precisa de soluções e mobilização para reintegrá-los à sociedade. Nesse âmbito, cabe ao legislativo aprovar, por meio de sessões no plenário, a criação de escolas de especialização para moradores de rua, assim como de empregos que requeiram mão de obra pouco qualificada para empregá-los. Além disso, é dever do cidadão sensibilizar seus representantes políticos, por meio das redes sociais e manifestações, para esse fenômeno social, a fim de que deem mais atenção ao assunto e aprovem mais projetos sociais, com vistas a ajudar essas pessoas.