No poema "O bicho", de Manoel Bandeira, o poeta descreve a cena de um homem, semelhante a um animal, que comia restos de alimentos do lixo. Nesse viés, percebe-se que tanto na literatura quanto na vida real, é a realidade de muitos brasileiros e seus cotidianos. Dessa maneira, nota-se que o sistema desigual e a discriminação são pilares que dificultam a integração e reconhecimento dos moradores de rua como seres humanos. É importante pontuar, de início, que existem distancias sociais significativas na sociedade e há sempre uma relação de dominação entre uma classe social e outra. Essa realidade pode ser associada a teoria de Quincas Borba, personagem fictício de Machado de Assis, que afirma que "ao vencedor as batatas", o que recorda a ideia de que o mais apto sobrevive. Dessa forma, com o capitalismo presente na contemporaneidade, a desigualdade social priva uma pessoa ou grupo de ter acesso a educação, moradia e alimentação, pois esse sistema beneficia aquele que conseguiu as batatas e o resto é tratado como consequência, assim como os moradores de rua são vistos. É fundamental citar, também, que a exclusão social dos indigentes está relacionada há maneira que o senso comum os enxergam, porque esses são vistos como marginais, criminosos e por muitas vezes são julgados que merecem estar na situação que se encontram. Essa intolerância, também esteve no movimento histórico: a cruzadas dos mendigos, que enviou diversos moradores de rua para lutar contra o exercito mulçumano como uma forma de se livrar deles. E assim, desde os dias atuais vemos violência física e verbais contra esses e é esquecido que por traz de uma vestimenta rasgada há um indivíduo com uma história. Em razão dos fatos mencionados, cabe as ONG’s realizarem atividades educativas as quais demonstrem a importância do respeito mútuo com os indigentes. Tais dinâmicas podem ser feitas em locais comunitários, com o público local, em escolas, envolvendo desde o fundamental ao ensino médio, e nas próprias ruas, com a autorização do Governo Federal. Além disso, efetuar campanhas de arrecadação de fundos para investir em vestimentas e alimentação para os moradores de rua. Por consequência, os laços sociais serão fortificados e tornará o corpo social sensível a fraqueza do próximo e não mais vê-lós como “bichos”, como no poema de Manoel Bandeira, porém como seres humanos que possuem uma história. Obs: Por favor comentar sobre o título.