Título da redação:

O sentido de pertencimento social pelos sem-teto através da convergência dos seus próprios valores com os da sociedade

Tema de redação: Como promover a integração dos moradores de rua à sociedade

Redação enviada em 08/06/2018

Consoante o pensamento antropológico do Lévi-Strauss, as relações sociais (formação de laços afetivos, exercício da cidadania e empregabilidade) constroem o sentido de pertencimento da coletividade pelo indivíduo. Em contraponto a essa perspectiva antropológica, a realidade dos moradores de rua no Brasil é marcada por segregações sociais ocasionado pelo olhar de marginalização social que é agravado pela ausência de cidadania. Primeiramente, os moradores de rua não possuem auxílio governamental adequado aos próprios anseios de vida cotidiana (falta de albergues, alimentação e dinheiro), que, por conseguinte, impede o exercício da cidadania. Para o sociólogo João Clemente, isso é um problema comum, pois os programas de assistência governamental resolvem de modo generalizado os anseios pessoais daqueles moradores de rua, ao invés de atuar exclusivamente com cada contexto de vida do sem-teto. Desse modo, o sentido de pertencimento social pelo sem-teto sob a perspectiva antropológica do Lévi-Strauss é impossibilitada visto o auxílio governamental oferecido. Ademais, o olhar marginalizador social ocasionado pela indiferença no compartilhamento de costumes e interesses (construção de laços afetivos na sociedade e empregabilidade) dentro das relações sociais exclui o sem-teto da coletividade. Com isso, em mente, devido à necessidade de sobrevivência, o morador de rua se sujeita a meios de subsistência degradantes. Exemplo disso são os sem-tetos residentes do bairro Cracolândia em São Paulo, onde promovem o tráfico de drogas e a prostituição como fonte de renda. Logo, os costumes e interesses da sociedade não condizem com a realidade vivenciada pelos moradores de rua, formando, assim, um olhar marginalizador social. Cabe, como medida, portanto, aos governos municipais criarem programas de auxílio governamental no atendimento individualizado com base na solução dos anseios de vida do sem-teto por meio do aumento de finanças exclusivas destinadas a esse fim, no intuito de possibilitar o exercício da cidadania. Ao lado disso, as ONGs, em parceria com as universidades, devem promover saraus culturais que possibilitem a troca de vivências entre a realidade do morador de rua com os costume e interesses da sociedade mediante o apoio financeiro do governo federal, objetivando, desta maneira, a construção de laços afetivos. Desse modo, o sem-teto se torna um cidadão partícipe na construção do sentido de pertencimento social ao passo que os seus valores e o da coletividade se tornam convergentes.