As pessoas que vivem em condições precárias nas ruas fazem parte da sociedade, porém estão inseridas em uma parcela social com deficiência nos direitos básicos dos cidadãos, como a educação e o emprego, os quais são assegurados pelo artigo 6º da Constituição Brasileira. Ademais, é evidente que a desigualdade social e a ineficácia das ações dos programas sociais contribuem com o surgimento e permanência da problemática. Sabe-se que o vigente sistema capitalista – intensificado pela Revolução Industrial – prefere as questões capitais às questões sociais. Com isso, acaba culminado na falta de igualdade social a partir do momento em que a quantidade e qualidade de indústrias e relações comerciais sobrepõem ao progresso social igualitário. Por exemplo, a automação das máquinas e o surgimento de novas tecnologias em todos os setores econômicos estão substituindo o trabalho humano. Além disso, a exigência de mão de obra qualificada – em um país com “déficit” na educação – corrobora a ascensão do desemprego, cujo fenômeno é o motivo de 30% dos moradores de rua se encontrarem nessa situação, segundo a revista “ISTOÉ”. É perceptível que outras causas do problema em questão são o alcoolismo e as drogas. De acordo com Nelson Mandela, “a educação é a arma mais poderosa que pode ser usada para mudar o mundo”. Nesse viés, caso o governo investisse mais em uma educação pública atrativa e participativa na vida dos estudantes, o cenário seria outro. O público-alvo da educação estaria centrado na ascensão social que ela pode proporcionar, em vez de se preocupar com o prazer que o álcool e as drogas proporcionam. Outrossim, a participação da educação no atendimento dos problemas pessoais e psicológicos não abriria brechas para cogitar a possibilidade de envolvimento com esses problemas-geradores da moradia nas ruas. Fica evidente, portanto, que a integração dos moradores de ruas à sociedade pode ser feita com a erradicação das suas principais causas geradoras. Conforme a terceira teoria newtoniana, toda ação gera uma reação. Dessa forma, é preciso que o governo se atente mais na eficácia da educação brasileira com a adoção de modelos pedagógicos mais dinâmicos e atraentes que visam resgatar a população de moradores de rua e evitar mais surgimentos dela, pois é a educação que qualifica a mão de obra, molda o caráter do indivíduo e influencia suas ações. Além disso, é essencial também que os residentes de ruas mudem o comportamento diante da problemática e passem a lutar – tendo uma ação - pelos seus direitos constitucionais e não se deixem ser dominados pelo sistema capitalista, mas sim, dominá-lo – geração da reação-, corroborando assim, a teoria de Newton.