Observa-se que a partir do abolicionismo passou a ser corriqueiro deparar-se com moradores de rua, uma vez que se deu a carta de alforria sem nenhuma forma de integração social. No entanto, percebe-se que o motivo pelo qual esses moradores de rua estão nessa situação não se restringe apenas a uma questão financeira, mas está relacionado a diversas áreas da vida. Analisa-se que 36% desses moradores, segundo dados da revista Istoé, estão nas ruas por causa das drogas, visto que seus familiares não suportam conviver com os vícios, os quais os levam a fazer coisas fora da realidade, o que vai ao encontro dos pensamentos do filósofo Thomas Hobbes, o qual afirmou que o “Homem é lobo do homem”, ou seja, os homens procuram os seus próprios interesses e se algo os atrapalha eles descartam. Nesse sentido, os familiares não se sentem seguros para relacionar-se com um viciado, o qual fará de tudo para satisfazer seus vícios. Outrossim, está intimamente relacionado a problemas familiares e ao desemprego, pois relatos da revista Istoé afirmam que cada uma dessas vertentes representam 30% dos moradores de rua. Desse modo, pode-se observar a obra De gênio e louco todo mundo tem um pouco, do escritor Augusto Cury, o qual faz menção a duas crianças, as quais perderam tudo, pais, lar, amigos e proteção. De outra maneira, evidencia-se que o desemprego, um dos maiores problemas da atualidade, tem levado pessoas à situação de caos e miséria, sem condições mínimas de satisfazer suas necessidades básicas, como habitação. Ademais, problemas familiares como violência doméstica também impulsionam o abandono do lar. Entende-se, portanto, que é corriqueiro deparar-se com moradores de rua, dado que não há uma integração social. Logo, é dever da Secretária dos direitos humanos (SDH), juntamente com o Ministério da Saúde, criarem um centro de assistência social para os moradores de rua, o qual lhes forneça os direitos básicos, assistência psicológica, reuniões dos alcoólicos e narcóticos anônimos e ainda cursos de capacitação profissional, a fim de reintegrar essas pessoas à sociedade. Haja vista que esse aparato é essencial para fazer cumprir o texto constitucional que assevera o direito fundamental à moradia.