O Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro em um estudo sobre o perfil das pessoas que vivem nas ruas, constatou que somente 13% dessas são analfabetas e mais de 60% não bebem ou fumam. Essa pesquisa aponta uma mudança necessária: é preciso derrubar os mitos e os estigmas que recaem sobre os moradores de rua. O episódio conhecido como “Chacina da Candelária” é um exemplo que reflete o processo de higienização social promovido ainda que de forma indireta. Os casos de violência contra os moradores de rua, atrelados à criminalização e à atribuição de valores imorais a esses dão voz à falta de preparo da população em responder as crises sociais que o país enfrenta. A ausência de documentos aumenta a problemática que envolve a população de rua, pois dificulta o acesso às políticas sociais. Sem os devidos documentos, essa população perde os direitos básicos de cidadania, como o direito de votar. Além do mais, são obrigados a ficarem em domicílios improvisados e sem alguma garantia de limpeza ou segurança, como tendas, pontes e barracas. Logo, nem o Censo do IBGE os afirma porquanto parte da premissa do endereço, ou seja, são pessoas invisíveis. É necessário, portanto, uma mudança nas bases ideológicas da sociedade: a desmistificação dos hábitos dos moradores de rua. Empresas de iniciativa privada devem conceder vagas de emprego próprias aos moradores de rua. O indivíduo receberá auxílio por meio de programas de alfabetização, acompanhamento psicológico e liberação de novos documentos disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento Social, de forma a conceder as condições econômicas necessárias para que esse se reintegre na comunidade.