Título da redação:

Batatas para todos

Tema de redação: Como promover a integração dos moradores de rua à sociedade

Redação enviada em 01/05/2018

No livro Quincas Borba, de Machado de Assis, o autor resume bem a sociedade ocidental, majoritariamente capitalista, com a seguinte frase: "Ao vencedor, as batatas". Nessa perspectiva, a sociedade torna-se cada vez mais economicamente injusta, além de extremamente individualista. Assim, com todas essas características, na hodiernidade, observa-se um verdadeiro “apartheid social”, em que uma grande parte da população, os moradores de rua, encontram-se “invisíveis” junto ao corpo social. Mormente, é valido pontuar que essas pessoas são, na maior porcentagem, desassistidas pelo governo que negligencia o seu deve de agir. Isso se deve, pois, a maioria dos administradores, não veem nesses indivíduos pessoas capazes de agregar valor socialmente, ou seja, pessoas que não compõem o tecido social. Assim, com essa falta de amparo, algumas das principais vertentes inclusivas são bastante afetadas, tais como: educação, saúde e segurança. Prova disso são dados fornecidos pela Secretaria de Assistência Social da cidade de São Paulo o qual relata que 87% dos moradores de rua da cidade não terminaram o ensino médio. É preciso salientar, ainda, que a sociedade, em sua maioria, também tem uma parcela de culpa quando o assunto é a perpetuação desses moradores em vidas degradantes. Esse fato acontece, uma vez que existe, na coletividade, a falta de alteridade entre os indivíduos, transformando frágeis as relações sociais e assim abrindo “brechas” para uma verdadeira insensibilidade coletiva. Tal percepção crítica foi amplamente debatida por sociólogos, tendo como principal o polonês Zygmunt Bauman, com a teoria da Modernidade Líquida. Ratifica-se, portanto, que a atual segregação aplicada aos moradores de rua vem causando feridas no tecido social, aumentando ainda mais suas desigualdades. Logo, a heurística que otimizará esse quadro provém de fatores sociais e governamentais. O primeiro, por sua vez, se utilizará de ações comunitárias, em todas as classes sociais, com o intuito de conscientizar e sensibilizar a população para a situação degradante que vivem essas pessoas. Tal fato já pode ser observado pelas atividades da CUFA, Central Única das Favelas. A segunda, além de subsidiar tais ações, deve reproduzir seu maior imperativo: buscar atender a população em sua totalidade. Isso deve ser feito, principalmente, com a execução de todas as políticas sociais. Só assim, com a união desses fatores, fugiremos da sociedade individualista descrita por Machado de Assis.