Encontramo-nos em um país no qual grande parcela da população vive precariamente. A distribuição de renda acontece de forma desigual e, infelizmente, um reflexo disso é a falta de incentivo à educação que ocorre em algumas camadas sociais. Sendo assim, muitos por não se sentirem inseridos na sociedade voltam-se para o mundo do crime. Assim como em muitas áreas do Brasil, o sistema carcerário é deficitário, pois há muitos detentos para poucas vagas. Devido a essa falta de assistência, ocorre uma piora do ser como indivíduo porque ele não passa por um processo de reeducação que o ensine a viver em sociedade, o que resulta em uma animalização do homem. Ele se torna mais violento; consequentemente, não consegue se inserir em sociedade e volta para a prisão. Seria utópico planejar, no momento, um sistema carcerário como o holandês ou norueguês para o Brasil, pois a realidade vivida nesses países é completamente diferente. Contudo, podemos levar em conta a maneira como os presidiários são tratados tendo a sua disposição atividades que o tornem mais adaptados à vida coletiva. Com isso, temos como consequência o número de reincidência dos crimes baixíssimos. Acredito que precisamos recuperar os valores sociais perdidos como uma forma de fazer a pessoa compreender como tudo funciona e quais são os meios corretos de conseguir algo. Para isso, devemos melhorar as condições dos detentos oferecendo mais recreação para tornar a mente mais saudável, desenvolver o espírito de equipe com esportes; realizar aulas interativas sobre valores sociais para que os mesmos sintam aquilo e não seja apenas um conteúdo maçante; atividades que sirvam para a qualificação profissional e possam conviver com as pessoas fora dali. Enfim, para que deixem a prisão mais humanos e menos selvagens.