O retorno de indivíduos em conflito com a lei ao convívio social é uma das grandes problemáticas enfrentadas no contexto Nacional. Nesse cenário, nota-se que a falta de empenho do poder público em ressocializar ex-detentos, somado à desconfiança da população em relação à recuperação desses são os maiores entraves da questão. É notório que a ação do Estado na ressocialização de ex-detentos é fundamental para diminuir a reincidência criminal e orientar esses indivíduos para um novo estilo de vida. Assim, como demonstrado pelo documentário "O invasor americano" do diretor Michael Moore, percebe-se que em países onde o poder público oferece uma formação profissional dentro dos presídios, as taxas de retorno à criminalidade tendem a ser as menores do mundo. Isso demonstra o quão importante é oferecer opções para que esses indivíduos se encaixem novamente no meio social e não necessitem voltar a cometer práticas ilegais. Outrossim, verifica-se que o receio da população quanto à recuperação de ex-presidiários dificulta a reinserção desses no meio social. Na realidade brasileira ainda é muito comum que empregadores evitem contratar indivíduos com passagem pelo cárcere devido ao medo de que esses reincidam ao crime e até mesmo para privar seus estabelecimentos dos comentários sociais carregados de preconceito. Contudo, essas atitudes acabam por isolar esses indivíduos e força-los ao retorno das práticas ilícitas. Vista as barreiras impostas pelo poder público e pela sociedade à ressocialização de ex-detentos , urgem medidas que revertam esse quadro. Cabe ao Ministério da Justiça implantar nos presídios, cursos profissionalizantes como gastronomia e informática, objetivando capacitar esses indivíduos à ocuparem postos de trabalho e facilitando o processo de reinserção social. Ademais, cabe também à esse órgão, por meio da publicidade, conscientizar a sociedade sobre a importância de acolher ex-presidiários no meio social para evitar o crescimento da reincidência criminal e diminuir as taxas de violência.