Em 1888, o Brasil aboliu a escravidão. No entanto, não existiram ações governamentais a fim de inserir os negros na sociedade, fazendo com que esses continuassem excluídos e desempenhando as mesmas funções. Da mesma forma, ex-presidiários brasileiros, por carregarem o estigma de “bandido” e não terem nenhum tipo de amparo governamental no que tange à ressocialização, acabam voltando ao crime. Dito foi por Immanuel Kant que o homem é fruto da educação que recebe. Nesse sentido, é fácil notar as falhas estruturais nas prisões brasileiras, que em vez de reeducarem e prepararem os presidiários para a reinserção social, acabando atuando de forma contrária e tornam muitos infratores ainda “piores”. Além disso, o ambiente violento das cadeias acaba contribuindo para que os presos não pensem em nenhuma vida além da criminosa. Dessa forma, a falta de cursos de capacitação profissional ou até mesmo de simples aulas é sentida, já que essas coisas poderiam representar novas chances para essas pessoas. Consonante a isso, o preconceito da sociedade é outro agravante do impasse. Ex-presidiários raramente são contratados por empresas simplesmente por já terem sido presos, são excluídos e extremamente marginalizados por sua condição. Tal quadro é problemático, dado que, sem essas oportunidades, muitos não veem outra saída que não seja voltar à vida criminosa. Sendo assim, o preconceito e a estigmatização dos ex-infratores é um terrível imbróglio à inclusão social desse segmento social no Brasil, já que lesa a vida dessas pessoas e impede que tenham novos caminhos. De modo exposto, é necessário que o Governo Federal atue para melhorar a inclusão de ex-presidiários no Brasil. Para tal, é mister que o Ministério da Educação atue em conjunto com instituições privadas de cursos profissionalizantes a fim de implantar centros educacionais dentro dos presídios para que os detentos enxerguem caminhos além do crime e consigam retomar suas vidas com mais oportunidades. Ademais, campanhas midiáticas, com incentivo governamental, com o intuito de removerem os estigmas resultantes de prisões também fazem-se oportunas para que essas pessoas tenham espaço social garantido e não sofram de estereotipação.