Em 1888, com a assinatura da lei áurea a maioria dos escravos obteve a alforria, todavia, apenas esse decreto não foi suficiente para suprir anos de escravidão, haja vista que a liberdade trouxe consigo a falta de moradia, emprego e a consequentemente a fome. Hoje, em 2018, algo muito parecido ocorre com os presidiários que graças à falta de programas de reintegração dos ex-detentos a sociedade, sofrem com os mesmos males de 130. Nesse sentido, pode-se inferir que os presos são continuamente abandonados pela sociedade, sem qualquer possibilidade de inserção social, tornando, dessa maneira, uma questão passível de intervenções. Mormente, é de suma importância salientar que o objetivo das penitenciárias não a integração social dos presos. Assim como na sociedade mecânica de Durkheim, o sistema penitenciário brasileiro não tem como objetivo a inclusão social dos ex-presidiários, buscando somente puni-los. No entanto, a falta de reinserção social dessa parcela populacional tem contribuído assiduamente para o ciclo do crime, onde os detentos por serem discriminados ao saírem da cadeia, acabam buscando novamente no crime sua única fonte de renda. Desse modo, é notório que a falta de políticas que garantem a ressocialização dos cidadãos tem sido um contribuinte para o aumento dos crimes, visto que de acordo o portal EM 70% de ex-presidiários retornam para criminalidade. Ademais, insta ressaltar que a integração social do preso não tem sido uma das prioridades do governo brasileiro atualmente. Segundo a Lei de Execuções Penais o objetivo da execução penal, conforme reza o artigo 1º: “A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado”. Entretanto, mesmo estando assegurado na legislação, ainda hoje, devido à falta de interesse do Governo com essa parcela, os detentos, ao conquistarem sua liberdade, por não terem sido integrados novamente a sociedade, acabam sofrendo preconceitos e são discriminados, ficando a margem da sociedade.