Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Como promover a inclusão social de ex-presidiários no Brasil

Redação enviada em 11/05/2018

O Massacre do Carandiru, resultado de uma intervenção da policiar militar na Casa de Detenção de São Paulo, é um dos retratos mais tristes do sistema carcerário brasileiro, em que o tratamento ofertado aos detentos, em “posse” do Estado, destacou até que ponto pode chegar a desvalorização deles. No entanto, não obstante a sociedade brasileira ter refutado o ocorrido no passado, os presos, hoje, sofrem tanta hostilidade quando são libertos quanto dentro das celas, ao encararem a árdua missão da ressocialização, na qual medidas de promoção fazem-se necessárias para evitar retorno a criminalidade. Nesse contexto, destacam-se dois aspectos: o paradigma do sistema prisional e suas consequências. Primordialmente, não há lógica em se intentar a inclusão social de ex-presidiários, enquanto os presos passam por um processo de dessocialização dentro dos cárceres, aonde são submetidos a tratamentos desumanos devido, principalmente, à falta de estrutura, frente a grande demanda, e as agressões de agentes públicos mal preparados que apreendem os detentos como inimigos. Prova dessa contradição é o insucesso do sistema prisional que registra alto índice de reincidência criminal: 42% dos que terminam de cumprir a pena voltam aos presídios por praticarem novos delitos. Outrossim, a sociedade brasileira ciente dessa ineficiência sente-se acuada, desprotegida e ameaçada no convívio com ex-detentos, ao recearem deparar-se com futuros reincidentes criminais. Isso redunda, em grande parte por intuito de autoproteção da sociedade, na criação de preconceitos e estigmas à promoção de ressocialização deles. Por isso, empresas deixam evidente sua resistência à contratação desses cidadãos e fecham a principal porta de acesso à vida comum da sociedade. Logo, fica evidente que medidas são necessárias para resolver o impasse e que elas começam antes da liberdade do indivíduo. O Governo Federal pode criar, por meio de um decreto, uma secretaria específica para administração penitenciária, para garantir maior autonomia e agilidade na humanização dos presídios, que visa trazer práticas sociais para dentro deles. Assim, promove-se confiança na sociedade para abraçar seus membros não apenas punidos, mas recuperados para o convívio social.