O atual sistema carcerário brasileiro encontra-se em decadência. As condições dos presídios: superlotação e carência de um projeto de reeducação e capacitação profissional, favorecem o aumento da reincidência criminal. De acordo com o ideal de país social-democrata que torna-se característico do Brasil com a outorgação da Constituição de 1988, o Estado, que representa toda instituição que administra o país e a sociedade, tem a responsabilidade de garantir o bem estar social dos habitantes. Mas a falta de capacitação desse em ressocializar presidiários sob sua custódia reflete em uma falência do sistema. A partir do alforismo de Franz Kafka: “Uma gaiola saiu à procura de um pássaro”, é possível explicitar uma analogia ao sistema penitenciário brasileiro, que prioriza o cárcere à educação, e abstém-se da responsabilidade de reinserção após o cumprimento da pena. Ademais, o motivo pelo qual a superlotação é favorecida está diretamente ligado à grande desigualdade social, carência de educação pública de qualidade e de um nivelamento quanto ao ensino superior e formação de mão de obra qualificada no território nacional, em que não se encontra acessível para grande parte da sociedade. E a partir da frase de Heródoto: “São as circunstâncias que governam os homens, não os homens que governam as circunstâncias”, torna-se evidente que há necessidade de ação por parte do Governo do Estado tanto quando ligado à prevenção quanto à reincidência criminal. Com isso, garantir a ressocialização de ex-presidiários carece de investimentos por parte do Poder Executivo em projetos de capacitação profissional, para que seja possível a adaptação à uma rotina de trabalho, além de incentivos fiscais que visem a quebra de paradigmas na sociedade, levando empresas à contratação desses e impedindo a negação social existente para uma retomada de vida de pessoas após passar pelo cárcere.