Segundo o sociólogo francês Emile Durkheim o homem, mais do que formador da sociedade, é um produto da mesma. Porém não é essa a imagem que a sociedade em geral tem dos indivíduos que estão à sua margem. O que é caracterizado pelo grupo de atuais e ex-detentos que representam parcela cada vez maior de brasileiros. Esses homens e mulheres que por diversos fatores, foram levados a cometer delitos, o necessário incentivo por meio de políticas públicas para sua reinserção na sociedade. Pelo contrário, o preconceito dificulta a vida das pessoas que tem em seu passado passagens em casas de detenção. A falta de oportunidades é um dos principais motivos que fazem com que grande parte dos ex-presidiários voltem a cometer crimes. De acordo com o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária o índice de reincidência no crime no Brasil atinge um número em torno de 60%. Essa parcela de retorno ao crime é alarmante, o que enfatiza a ineficiência do sistema prisional brasileiro, em reeducar os infratores¬, para sua posterior devolução à sociedade. Aquém da verdade, em grande parte das vezes, os detidos saem do sistema piores do que entraram, devido ao ambiente hostil a que ficaram expostos. Outra barreira ainda é o nível de escolaridade dos detentos, um levantamento feito pelo ministério da justiça constatou que aproximadamente 75%, dos mais de 440 mil presidiários brasileiros, não completou sequer o ensino médio. Esse dado, somado ao número de oportunidades reduzidas, devido ao preconceito da sociedade em relação aos que tem crimes em seu histórico, tornam a volta ao crime uma questão de tempo para muitos. Dessa forma é possível concluir, que os altos números de reincidência criminal podem ser explicados pelo fato, de que, a maioria dos ex-detentos apesar de terem recebido de volta a sua liberdade, não foram de fato incluídos novamente na sociedade. Tendo isso em vista faz-se necessária a criação de políticas públicas que facilitem a ressocialização dos ex-presidiários, por parte do governo federal, tais como a criação de cotas para ex-presidiários em concursos públicos. Investimentos no sistema carcerário são precisos, já que é fundamental tratar os detentos com humanidade e dignidade. Projetos que possibilitem a qualificação profissional e a formação cidadã por meio da educação também são necessários. Campanhas de conscientização junto a grande mídia que adversem com o forte preconceito da sociedade também são importantes. Por último o investimento em qualificação profissional para detentos é urgente, pensando na redução de crimes a longo prazo. Adotando essas medidas, o problema com certeza se reduzirá no futuro.