Título da redação:

Mudando os rumos da história de Graciliano

Tema de redação: Como promover a inclusão social de ex-presidiários no Brasil

Redação enviada em 20/05/2018

Esquecimento. Desprezo. Desvalorização. É dessa forma que muitos ex-presidiários são percebidos pela sociedade. Para ilustrar essa percepção, Graciliano Ramos escreveu em seu livro "Memórias de um Cárcere", que o detento não era visto com utilidade e era como se fosse farrapo vivo ou um fantasma prematuro. Assim, a prisão se tornou um local de estigma e que cria obstáculos para a ressocialização. Primeiramente, é válido ressaltar que a prisão deixa uma marca indelével e representa diversos percalços para os ex-detentos. Logo, os recém-libertos passam por uma nova forma de Determinismo, de acordo com o qual a pessoa permanece marcada como "meliante" ou como criminosa. Para um melhor entendimento sobre tal situação Dráuzio Varela, famoso médico brasileiro, escreveu que "a prisão é um experimento sádico" que persevera após a detenção. É preciso sobrepor esse tipo de visão para que as pessoas tenham oportunidade de ressocialização. Em uma segunda análise, é possível perceber que essa oportunidade de inclusão social deve ser realizada com a superação do preconceito. Por vezes o ex-detento ganha sua liberdade, mas perde sua identidade e encontra dificuldade em descobrir seu lugar social em seu meio. Somada a essa instância, os empregadores tem receio de contratar os ex-presidiários devido às potenciais reincidências. No entanto, para tentar driblar essa problemática, o grupo Afroreggae, criou o projeto "Segunda Chance", por meio do qual ex-comandantes do tráfico empregam pessoas vindas da cadeia. É por intermédio de confiança e chances que se constrói um ambiente solidário. Fica claro, portanto, que a cicatriz da prisão permanece em muitos cidadãos vindos da prisão, assim como o preconceito sofrido por eles aumenta o sofrimento e diminui oportunidades. Para sanar esses problemas, é preciso que hajam mais programas empregatícios ministrados por ONG's articuladas ao governo, através de plataformas online que disponibilizem ofertas profissionais para que os recém-libertos consigam se reintroduzir no meio social. Também, as novelas e filmes podem mostrar histórias que reflitam as trajetórias dessas pessoas para que a sociedade possa debater seu papel face ao preconceito. Somente dessa forma os ex-presidiários terão o respeito que Graciliano não teve.