Título da redação:

Exclusão determinada

Tema de redação: Como promover a inclusão social de ex-presidiários no Brasil

Redação enviada em 18/07/2018

Para Santo Agostinho, importante filósofo da idade média, a salvação eterna é uma dádiva concedida antes do nascimento pelo divino. Nesse contexto, em analogia a teoria da predestinação agostiniana, encontram-se os ex-detentos brasileiros, pessoas que já pagaram pelos seus erros, mas que encontram dificuldades para se reinserirem na sociedade devido ao seu fatídico passado. Diante disso, nota-se que tal realidade se deve pelo preconceito da sociedade, como também pela caótica situação que encontram-se os presídios tupiniquins. Em primeiro plano, cabe ressaltar o infeliz abandono das penitenciárias brasileiras pelo Estado, posto que, conforme o levantamento do Ministério da Justiça, o Brasil possui uma população carcerária de aproximadamente 750 mil pessoas, a qual, em sua maioria, está exposta a condições desumanas de sobrevivência. Logo, diante desse cenário, programas que viabilizem a ressocialização do preso após a detenção, como a capacitação com cursos técnicos profissionalizantes, se tornam inviáveis devido a falta de infraestrutura necessária acarretada pela superlotação. Ademais, é sabido, como noticiado pelo noticiário corriqueiramente, que as penitenciárias brasileiras tornaram-se centros de comandos de facções criminosas, as quais utilizam os presídios como local de recrutamento de novos membros, dessa forma, a ressocialização dos presos fica ainda mais difícil. Em segunda análise, consoante Jean Paul Sartre, não interessa o que os homens são, mas sim o que eles podem se tornar, dessa forma, infere-se que ex-detentos não devem ser julgados pelo seu passado, mas sim pelo potencial que eles possuem. Todavia, baseando-se na sociedade brasileira atual, esse cenário pode ser considerado uma utopia, uma vez que ao saírem das penitenciárias, os ex-presidiários, em suma, não encontram amparo psicológico, econômico e familiar, dessa forma, diante desse sentimento de exclusão, muitos são tentados a voltarem para a sedutora do crime, tal realidade é exposta pelo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o qual mostrou que cerca de 45% do ex-detentos retornam para prisão. Portanto, indubitavelmente, medidas devem ser tomadas para tornar a reinserção dos ex-presidiários na sociedade uma realidade plausível. O Ministério da Fazenda deve destinar uma maior parcela do Produto Interno Bruto(PIB) para a construção de presídios, dessa forma, superado o problema da superlotação, é necessária a abertura de cursos técnicos profissionalizantes subsidiados pelo Estado dentro dos presídios, posto isso, a ressocialização do ex-detento ocorrerá de forma mais fácil no mercado de trabalho. O Ministério da Justiça, em parceria com a mídia televisiva, deve conscientizar a população da necessidade de aceitar os ex-detentos na sociedade, incentivando a aceitação dessas pessoas nas várias áreas da sociedade. Assim sendo, adotadas essas medidas, a prisão não será caracterizada como um determinante na vida das pessoas.