No Brasil, a inclusão social de ex-presidiários é uma questão de extrema importância, e afeta diretamente a segurança pública, a economia e outros aspectos da sociedade, no entanto, é ignorada pelos governantes do país. Essa situação é oriunda de certa negligência do Poder Público no que diz respeito à escassez de medidas profiláticas para combater tal realidade. Nessa perspectiva inerente aos ex-presidiários, vale ressaltar que em uma pesquisa realizada com 513000 presos, 41% não concluiu o ensino fundamental, e outros 5% são analfabetos. Esse fato, agregado ao preconceito, torna a continuidade no crime quase que a única opção para eles, visto que, o mercado de trabalho está cada vez mais exigente quanto ao nível de formação, o que limita os caminhos que possam seguir. Outrossim, muitos entram no crime em consequência ao meio na qual cresceram, porém, como foi comprovado por um estudo feito pela Ação Educativa, 86% dos presos gostariam de estudar, isso evidência, que com incentivo e apoio, os ex-presidiários retornariam à sociedade sendo produtivos e com novos valores éticos e morais que respeitem as leis do país. Ademais, o sistema presidiário brasileiro funciona como uma espécie de “escola do crime”, a taxa de reincidência criminal no país é de 70%, uma das mais altas do mundo, dado que, a desorganização e superlotação dos presídios, resultam na convivência de todos os criminosos, independente do crime que cometeu, e como não estão recebendo educação, trocam conhecimentos entre si, ocasionando no aprimoramento de suas habilidades criminais. Em suma, o funcionamento das prisões acaba diminuindo as chances dos detentos de voltarem à sociedade de maneira digna em vez de ajudá-los a se reintegrarem. Diante disso, urge que o Poder Público por intermédio de uma reorganização financeira disponibilize verba suficiente para investir na educação profissionalizante dos presidiários e no acompanhamento psicológico que os ajudem a entenderem os valores da sociedade e como agir em meio aos desafios cotidianos, com o fito de promover uma inclusão social de ex-presidiários cada vez mais eficazes.