Em condições saturadas e insalubres, o sistema carcerário brasileiro abriga milhares de detentos que não possuem acesso às iniciativas públicas de reeducação e reinserção social. Esse cenário, somado ao estigma do ex-presidiário, faz com que esses indivíduos, ao deixarem os presídios, sejam segregados pela sociedade, contribuindo para reincidência criminal. Segundo dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), o Brasil é o terceiro país com maior população prisional do mundo, e, contrapondo a necessidade de reverter esse cenário, as políticas de amenização desse quadro são marginalizadas. As cadeias superlotadas não fornecem condições básicas de higiene, alimentação e, tampouco, a possibilidade de os detentos aderirem à projetos de ressocialização. Os encarcerados cumprem a pena somente por obrigatoriedade e não com o intuito de se reeducarem e, posteriormente, contribuírem para o progresso do país. Nesse contexto, o contingente carcerário brasileiro aumenta significativamente devido a reincidência, pois, ao deixaram os presídios, na maioria das vezes, em condições psicológicas mais fragilizadas do que quando entraram, esses indivíduos têm dificuldades de conquistarem um trabalho digno e de serem aceitos novamente no convívio social, fazendo com que a única escolha seja o regresso ao crime. Dessarte, é imperioso que o Estado aumente a demanda de psicólogos no ambiente carcerário, visando restabelecer valores e princípios democráticos para reinserção do preso na sociedade. Além disso, os Governos Federais devem investir em projetos educacionais dentro dos presídios que promovam a valorização dos caminhos que podem ser alcançados por meio do estudo e da dedicação. Ademais, a população deve reestruturar o pensamento primitivo de que uma vez que o indivíduo é privado de sua liberdade, este já não merece mais fazer parte da sociedade, o respeito pelo próximo é o principal artifício para reverter essa realidade e fazer do Brasil realmente um país de todos.