Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A participação política do jovem no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 09/08/2018

Na década de 70, a juventude foi às ruas protestar contra a Ditadura Militar. Na década seguinte, ouviu-se seus gritos pelas “Diretas Já”. Em 1990, essa geração não cessou sua participação e, mais uma vez, interviu na esfera política do país ao demandar o impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo. Por esse prisma histórico, pode-se afirmar que os jovens brasileiros, ao longo dos anos, têm ratificado a sua cidadania. Porém, segundo dados da Empresa Brasil de Comunicação, a partir de 2014, houve uma expressiva diminuição na quantidade de votos da população com idade entre 16 e 18 anos. Dessa forma, para consolidar a democracia, convém analisar as conotações desse impasse. A princípio, é indubitável que o panorama de descrença na política brasileira configura um dos fatores agravantes da problemática. Isso porque, devido a um histórico de corrupção e impunidade somado a não resolução de problemas inerentes ao capitalismo, como violência, desemprego e fome, há emissão de um discurso de retaliação do sistema gestor do país. Nesse sentido, frases como “ O Brasil é isso mesmo” são enraizadas no ideário coletivo e reproduzidas ao ponto de, sem nenhuma análise crítica prévia, se acreditar nelas. Essa tese pode ser explicada por meio do fato social de Émile Durkheim, sociólogo contemporâneo, segundo o qual um indivíduo tende a pensar e agir inspirado pelas ideias propagadas pelo grupo social de que faz parte. Desse modo, muitos jovens, descreditados e inseguros, não se engajam politicamente. Além disso, outro fator concernente à intempérie concerne a ausência de uma cultura que estimule esse grupo à participação política. Para o pensamento durkheimiano “ O homem só poderá agir virtuosamente na medida em que compreender o contexto em que está inserido". Nessa lógica, em virtude da falsa ideia disseminada no senso comum de que política é tema apenas para “os mais experientes”, há o distanciamento de muitos jovens do exercício de seus direitos políticos outorgados pela Constituição Federal de 1988, como a filiação a partidos, possibilidades de elegibilidade e a participação de protestos, por considerarem que somente a realização do voto lhes comtempla politicamente. Destarte, por desconhecimento e falta de informação, esse grupo não desenvolve criticidade e ideologias políticas. Contudo, apesar de caótica, essa situação é mutável. Urge, portanto, estimular o caráter participativo da juventude na política nacional. Para isso, cabe ao Poder Judiciário fazer uma análise da carreira dos administradores do país e, em parceria com a mídia, veicular frequentemente, nas emissoras de TV, a imagem de políticos alinhados à legislação e às suas propostas do período pré-eleição em forma de documentários com o intuito de mitigar a desconfiança e o descrédito no sistema gestor brasileiro. Ademais, cabe às Universidades e às instituições de ensino, com efetivo apoio do MEC, criar palestras, com a participação de agentes públicos com retida e avançada idade, que desconstruam a falsa ideia que dissocia política e juventude com o fito de tornar práticos os direitos políticos previstos por lei. Assim, mobilizações como as do século XX voltarão a ocorrer, cumprindo o papel histórico do jovem; o de transformar.