O movimento conhecido como "Diretas Já", ocorrido na década de 80, é, sem dúvida, um exemplo de atuação política apoiada e reivindicada pelos jovens no Brasil. Na hodiernidade, no entanto, esse grupo tem se afastado paulatinamente do cenário político, fato que produz um debate acerca de novos métodos que visem a inserção dessa faixa etária na política do país. Em primeira análise, observa-se que a falta de uma educação política voltada aos jovens é um dos fatores que somam a essa problemática. Isso acontece porque o conhecimento superficial acerca desse tema dificulta a aproximação e o entendimento da atuação administrativa do país por esse grupo. Com efeito, acaba havendo uma repulsa, entre os jovens, relacionada ao aspecto político nacional. Como prova disso, tem-se uma pesquisa realizada pela Faculdade de Comunicação Social-PUCRS, a qual relata que, em uma escala de preferência, a política ocupa a penúltima posição entre os indivíduos de 16 a 17 anos. Destaca-se, ainda, que outras questões decorrentes dessa idade, sobretudo a preocupação com a inserção no mercado de trabalho, faz com que a política seja vista ainda menos como prioridade. Tal afirmativa se dá porquanto é nessa fase, geralmente, que o indivíduo está propenso a escolhas que influenciará na vida futura, tal como a escolha da profissão a qual deseja exercer, além de ser, também, o momento de se qualificar para obter destaque no seu ofício. Segundo o sociólogo Max Weber, "Toda ação social é motivada por um fim". Assim, o desinteresse aparente, entre os jovens, pela política é impulsionado por meio da necessidade de absorver outras demandas da vida em sociedade. Depreende-se, portanto, que são necessárias medidas para despertar a atuação jovem na política do Brasil. Logo, a heurística que otimizará esse quadro provém de fatores governamentais e de iniciativa privada. O primeiro deve colocar em pauta, no Congresso Nacional, uma discussão sobre a criação de uma cadeira de cidadania nas escolas, versando, sobretudo, de política. Tudo isso com a intenção de fazer com que os indivíduos conheçam, desde cedo, o tema. Ademais, as empresas devem acrescentar, como critério de seleção, um notável saber administrativo do país, uma vez que, além de auxiliar a empresa a se enquadrar e a entender os padrões governamentais, instigaria, entre os jovens profissionais, o pensamento acerca da política nacional.