É incontrovertível que o Brasil enfrenta uma crise quanto a participação jovem no âmbito político, pois, segundo a pesquisa do Jornal Nexo nos anos de 2012 à 2016 houve uma redução de títulos solicitados por eleitores entre 16 e 17 anos. Outrossim, tal conjuntura deve-se multi fatores, como a falta de incentivo governamental, educação precária, individualismo, alienação tecnológica e a descrença na eficácia da política. Logo, a metanoia, mudança de mente, faz-se necessária aos jovens, afim de que o engajamento e a representatividade juvenil se torne uma realidade. É sabido que MMDC foi um acrônimo criado para representar os nomes de quatros jovens que foram mortos no Movimento Constitucionalista em 1932, estes lutaram contra a ditadura de Getúlio Vargas. De maneira contrastante a realidade hodierna vê-se a mocidade brasileira alheia a política, pois devido ao desenvolvimento da tecnologia e a criação de redes sociais a alienação é evidente. Não obstante, o individualismo, já descrito pelo sociólogo polonês Zigmunt Bauman, impede que a Primavera Brasileira aconteça como aconteceu na Tunísia, o engajamento e o descontamento do jovens foi a causa para a transformação política do país. Sendo tal situação inaceitável e constituí-se retrocesso à nação canarinha que teve movimentos como os Caras Pintadas. Destarte, o deficit na educação brasileira e a opcionalidade e não a obrigatoriedade dos conteúdos como a Sociologia e Filosofia corroboram a formação de indivíduos apáticos a sua realidade e por fim sem criticidade aos acontecimentos políticos a sua volta e como estes refletem no país. Assim, a educação não se torna meio de liberdade como dizia o educador e filósofo brasileiro Paulo Freire. Além disso, devido a corrupção crescente no país a descrença nacional é fato incontestável, logo a falta de esperança na transformação nesse ambiente reflete na falta de representatividade e interesse dos jovens, Diante disso, a política brasileira destoa a cada dia mais da política grega que buscava a igualdade e participação dos cidadãos nas decisões da pólis. Exposta a problemática fazem-se presente medidas para promover a mudança de mente da mocidade brasileira. O Governo Federal deve investir em campanhas nos meios televisivos e nas redes sociais, incentivando o voto da juventude, com o intuito que eles passem a participar e usufruir de seus direitos políticos. O Ministério da Educação deve tornar novamente obrigatório os conteúdos filosóficos e sociológicos, bem como o ensino da Constituição Federal para que assim a formação cidadã possa ser de fato refletida nas eleições. Só dessa forma, utilizando os meios adequados, a metanoia será evidente no Brasil jovem.