Título da redação:

Como incentivar a participação dos jovens na política brasileira

Tema de redação: A participação política do jovem no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 16/06/2018

''Escurece, e não me seduz tatear sequer uma lâmpada. Pois que aprouve ao dia findar, aceito a noite''. O trecho do poema de Carlos Drummond de Andrade traz á tona um olhar cético sobre a realidade, na qual, o eu lírico confessa não ter desejo de buscar a luz. Hodiernamente a essa concepção é perceptível na sociedade brasileira um descrédito cada vez maior no processo democrático, principalmente, no que diz respeito ao envolvimento dos jovens na política. Tal indiferença é um sinal claro da crise de representatividade vivenciada no país. Percebe-se então a necessidade de trabalhar esse transtorno e seus efeitos. Em primeira análise, vale formular o que constitui o modelo representativo e sua atuação no corpo social. Concebido no início da Idade Moderna por autores como John Locke e vitorioso a partir da Revolução Francesa. o sistema é hoje base de funcionamento de inúmeros estados no mundo. Com efeito, toma-se a ideia de que o poder emana do povo, e que é, portanto, na qualidade de representantes que os agentes políticos exercem sua prerrogativa. A eleição por meio do voto seria, assim, o mecanismo de excelência da transmissão do poder. No entanto, essa realidade admitida em teoria não e vivenciada na prática. De fato é evidente uma distinção progressiva entre representantes e representados. O povo que teoricamente é detentor do poder, somente se envolve com a política de tempos em tempos, nas eleições. Nesse cenário, ainda é perceptível uma distância cada vez maior dos jovens e o campo político. Tal situação é visível nos dados divulgados pelo NexoJornal, na qual, o número de emissão de títulos para jovens entre 16 e 17 anos teve um decréscimo acentuado no Brasil. A partir disso, entende-se que o jovem opta por se ausentar da política, participando apenas quando sua presença é obrigatória. Essa conjuntura é fruto do lapso educacional que falha em despertar no educando o sentimento participativo nas decisões sociais. Segundo Maquiavel, não há nada mais difícil que tomar a frente na introdução de uma mudança, contudo, elas são indispensáveis. Desse modo, fica evidente a necessidade de trabalhar medidas que contornem esse cenário político brasileiro. Sendo assim, a escola configura-se como um agente primordial nessa mudança. Logo, as instituições de ensino devem introduzir debates, palestras e conversas com o objetivo de fundar nos jovens um caráter cada vez mais expressivo na política, não apenas por meio do voto mas pela ampla participação no processo eletivo. As mídias, por sua vez, devem divulgar mais informações sobre os agentes políticos, seus projetos e como a sociedade como intervir para reverter possíveis transtornos. Posto isto, será possível se distanciar do semblante conformista como no poema, criando um autêntico significado para governo do povo.