A Constituição Federal brasileira, promulgada em 1988, ganhou o título de " Constituição Cidadã", por ampliar o direito do voto às mulheres e jovens a partir dos 16 anos. Entretanto, apesar dos avanços na lei, é notório que o número de jovens engajados com a política decresce com o decorrer dos anos, tanto pela descrença nos políticos quanto pelos casos de corrupção. Desse modo, é preciso analisar os efeitos dessa problemática no Brasil. Em primeiro plano, é indubitável que os jovens têm o poder para mobilizar e efetivar mudanças na sociedade. O movimento Maio de 68, na França, teve a participação majoritária de universitários que lutavam por melhores condições educacionais. No Brasil,2013 foi marcado por ondas de protesto em todo o território nacional, semelhantemente à França, os jovens foram os responsáveis por estimular a participação da população ao movimento. Porém, dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apontam que apenas 65% dos eleitores mancebos comparecem as urnas. Tal fato está atrelado a desesperança que os jovens têm nos políticos eleitos que, por vezes, estão há anos no sistema é nada fazem para mudar a situação caótica no país. Logo, a falta de representatividade aliado a "velha política" desestimula os jovens a votar. Ademais, os inúmeros casos de políticos envolvidos com corrupção é um fator que contribui para as abstenções das comunidades juvenis no processo eleitoral. Dados da revista Folha de São Paulo, demonstram que 58% dos jovens associam a política, a imagem de corrupção e que a figura de político está entre as menos desejáveis quando se compara com as demais profissões. Em decorrência disso, os problemas sociais e estruturais do país se agravam cada vez mais, pois o ceticismo ao governo é passado as demais gerações e, assim, o ciclo do conformismo é preservado. Dessa forma, todas as manifestações históricas em prol do direito ao exercício da cidadania são renegadas, por conta das desilusões com o sistema. Portanto, cabe ao Ministério da Educação inserir na grade curricular das escolas, disciplinas que se discuta política e ação social, com o auxílio de sociólogos e movimentos estudantis é preciso mostrar às crianças e adolescentes que o ato político associado ao empenho dos jovens pode ser um instrumento de mudanças sociais para o país. Dessa forma, a Constituição cidadã será colocada em prática e a comunidade juvenil mais participativa nas decisões governamentais.