De acordo com pesquisas, entre os anos de 2008 e 2016 houve redução na porcentagem da população brasileira de 16 e 17 anos com título de eleitor. Nesse sentido, observa-se que o decréscimo da iniciativa de participação dos jovens na política configura preocupante cenário e ocorre tanto por desconhecimento como por desinteresse nos direitos políticos que têm. Não é exagero afirmar que muitos jovens sequer sabem de que forma a participação política deles pode impactar o país. Segundo Durkheim, a educação é uma socialização da geração jovem pela geração adulta. Sob tal ótica, é frequente que o jovem não receba incentivo nem da família nem na escola para exercer participação política. Logo, ele acaba por não se engajar em manifestações, nem na análise crítica dos governantes, o que culmina em não exercer o direito de voto. Conforme o sociólogo polonês Bauman, na obra “Modernidade Líquida”, a sociedade hodierna sofreu a perda da noção de progresso comum, apostando na individualidade. Nessa perspectiva, a juventude não demonstra interesse em política, relegando diversas escolhas às outras pessoas. Com efeito, é possível perceber que, por muitos, o voto ainda é visto como mera obrigação adquirida ao completar-se dezoito anos Destarte, infere-se que a participação dos jovens na política brasileira tem decrescido por insciência e pela adoção de atitude individualista. Assim, cabe às escolas organizar mesas redondas com alunos e professores para discutir temas políticos atuais, com o intuito de informar os jovens e ressaltar a importância da participação deles; e, além disso, ministrar panoramas históricos do quadro político brasileiro nas disciplinas de história e sociologia, a fim de inteirar os alunos quanto às escolhas já feitas e sua repercussão no âmbito econômico e social do país. Desse modo, estar-se-á construindo mentalidades críticas e conscientes.